PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
1639.
Na força do Espírito
Caminhamos para o final da leitura da Exortação Apostólica do Papa
Francisco, Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho). Versa sobre a evangelização.
Com ela quis nos animar e formar para sermos evangelizadores. Fez um convite
para participarmos da alegre missão da Igreja de anunciar o que crê porque sabe
que é bom para o mundo. Fez-nos ver os grandes desafios na evangelização e as
tentações que sofremos. Prepara-nos para anunciar. O anúncio tem uma
ressonância comunitária, sobretudo em vista dos pobres para a construção da
paz. No capítulo quinto apresenta-nos o Espírito que nos conduz na
evangelização. Diz: “Evangelizadores com espírito quer dizer evangelizadores
que se abrem sem medo à ação do Espírito Santo” (EG 259). O Espírito continua fortalecendo os
fiéis para anunciarem com força a novidade do evangelho, como transformou os apóstolos
no dia de Pentecostes. “Jesus quer evangelizadores que anunciem a Boa Nova, não
só com palavras, mas, sobretudo com uma vida transfigurada pela presença de
Deus” (EG 259).
Dizer que uma realidade tem “espírito”, como Papa Francisco deseja para a
evangelização, quer significar “a moção interior que impele, motiva, encoraja e
dá sentido à ação pessoal e comunitária”. Não é uma tarefa que significa um
peso. E usa termos ricos que brotam de seu coração vibrante: “Gostaria de
encontrar palavras para encorajar uma ação evangelizadora mais ardorosa,
alegre, generosa, ousada, cheia de amor até ao fim e feita de vida contagiante.
Mas sei que nenhuma motivação será suficiente se não arde no coração o fogo do
Espírito Santo” (EG
261). Que o Espírito possa renovar, sacudir, impelir a Igreja numa
atitude de saída de si para evangelizar todos os povos. É para isso que reza.
1640.
Renovado impulso missionário
“Evangelizadores
com espírito quer dizer evangelizadores que rezam e trabalham”. Dois extremos
devem ser evitados: “Propostas místicas desprovidas de um vigoroso compromisso
social e missionário como também discursos e ações sociais e pastorais sem uma
espiritualidade que transforme o coração”. Propostas parciais não atingem o
povo e mutilam o Evangelho. O espírito missionário só se renovará com uma
coerente e profunda vida de oração, meditação da palavra, grupos de oração
etc... contudo não se pode viver só de “espiritualidade intimista” sem
encarnação na realidade e longe da caridade. Todos os santos foram homens e
mulheres de oração e de muita dedicação aos pobres, sofredores e deserdados da
vida. Por isso a comunidade deve examinar sempre se seu marasmo missionário não
é fruto da ausência de Deus em sua vida e também o descuido da caridade. Afirma
que não vale a desculpa do tempo e das dificuldades. Tempo existe para quem
ama.
1641.
Encontro com o amor que salva
“A primeira motivação para
evangelizar é o amor que recebemos de Jesus, aquela experiência de sermos salvos
por ele que nos impele a amá-lo” (EG 264). Há uma mística que diz: “Quem descobriu o Amado, tudo
faz para que Ele seja conhecido”. Mesmo com extremas dificuldades O anuncia e O
faz conhecido. É o que diz João Evangelista: “O que vimos e ouvimos, isso
anunciamos (1Jo 1,3).
Papa Francisco diz isso a partir de sua experiência pessoal: “A melhor
motivação para se decidir a comunicar o Evangelho é contemplá-lo com amor, é
deter-se nas suas páginas e lê-lo com o coração” (EG 264). É preciso recuperar o espírito
contemplativo. Crer no Evangelho e amá-lo nos humaniza e ajuda a levar uma vida
nova para aos outros. Assim seremos
evangelizadores com espírito.
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