Evangelho segundo S. João 17,1-11a.
Naquele
tempo, Jesus ergueu os olhos ao Céu e disse: «Pai, chegou a hora. Glorifica o
teu Filho, para que o teu Filho Te glorifique e, pelo poder que Lhe deste
sobre toda a criatura, Ele dê a vida eterna a todos os que Lhe confiaste. É
esta a vida eterna: que Te conheçam a Ti, único Deus verdadeiro, e Aquele que
enviaste, Jesus Cristo. Eu glorifiquei-Te sobre a terra, consumando a obra
que Me encarregaste de realizar. E agora, Pai, glorifica-Me junto de Ti
mesmo com aquela glória que tinha em Ti, antes que houvesse mundo. Manifestei o teu nome aos homens que do mundo Me deste. Eram teus e Tu mos
deste e eles guardam a tua palavra. Agora sabem que tudo quanto Me deste vem
de Ti, porque lhes comuniquei as palavras que Me confiaste e eles
receberam-nas: reconheceram verdadeiramente que saí de Ti e acreditaram que Me
enviaste. É por eles que Eu rogo; não pelo mundo, mas por aqueles que Me
deste, porque são teus. Tudo o que é meu é teu e tudo o que é teu é meu; e
neles sou glorificado. Eu já não estou no mundo, mas eles estão no mundo,
enquanto Eu vou para Ti».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da
Igreja
Tratados sobre S. João, nº 106
«Manifestei a tua glória na Terra, levando a cabo a obra que me deste
a realizar»
«Dei-te a conhecer aos homens.» Estas
palavras compreendem, no pensamento do Salvador, todos os que haviam de
acreditar nele como membros dessa grande Igreja composta por todas as nações e
da qual o salmista diz: «Dar-Te-ei graças na grande assembleia» (Sl 21,26). É
verdadeiramente por essa glorificação que o Filho dá glória ao Pai, difundindo o
conhecimento do seu nome entre as nações e nas inumeráveis gerações humanas.
Portanto, quando Ele diz: «Dei-Te a conhecer aos homens que, do meio do mundo,
Me deste», está a referir-Se ao que precede imediatamente: «Manifestei a tua
glória na Terra.»
«Dei-Te a conhecer aos homens que, do meio do
mundo, Me deste»: não lhes deu a conhecer o nome de Deus, mas o nome de Pai, que
não podia ser manifestado sem a manifestação do Filho. Com efeito, não há nenhum
povo que, mesmo antes de acreditar em Jesus Cristo, não tenha tido um certo
conhecimento de Deus, como Deus de toda a criação. Porque o poder do Deus
verdadeiro é tal, que não pode de forma alguma ser escondido a qualquer criatura
racional que queira fazer uso do seu espírito. À excepção de um pequeno número
de indivíduos, cujo carácter é verdadeiramente depravado, todo o género humano
reconhece Deus como o autor deste mundo. [...] Mas o nome de Pai de Jesus
Cristo, pelo qual Ele tira o pecado do mundo, não é conhecido, e é por isso que
o Senhor O manifesta àqueles que seu Pai Lhe deu.
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