domingo, 3 de maio de 2015

A CONVERSÃO DE UMA GRANDE ATRIZ

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa-Venerável Padre Pelágio CSsR
A infância da grande atriz Eva Lavallière foi trágica. Seu pai, operário, jogador, beberrão, mulherengo, mau-caráter e aventureiro, assassinou a esposa a tiros, sob os olhos da filhinha, que se refugiou numa varanda, escapando ao massacre com dificuldade, enquanto o pai se suicidava. Mas tudo isso pertencia ao passado. Com o tempo, o sucesso conquistou a jovem e, à época, ela poderia até dizer: 
-"Eu não sei mais o que é sentir frio", tão refinado era o fausto em que vivia. 
Seu apartamento luxuoso, com móveis em negro e ouro, a sala de banho com piscina, o quarto de dormir feérico e os mármores da sala de jantar eram célebres em Paris.
Felizmente, mesmo em seus desvarios, Eva Lavallière não esquecerá a Santíssima Virgem, levando sua medalha ao pescoço, até o último suspiro. E, no dia seguinte de cada um de seus sucessos, Eva envia, regularmente, flores à Mãe de Deus. Certa vez, em 1917, estando de férias no castelo que havia alugado, ouve a pregação de um sacerdote. A grande atriz debocha do Padre, que não nasceu com o talento da oratória que ela própria possuía. Porém, oito dias mais tarde, ei-la vencida, derrubada, por Jesus Cristo. Após a sua conversão, a mulher passa dezessete meses em Lourdes, aos pés da Virgem Imaculada, refúgio dos pecadores. Ela, que sempre fora elegantíssima, veste-se como se fosse uma humilde empregada. Ela, a ricaça, se habituaria à vida de pobreza. Eva encontrou Cristo e se dirige a Ele como uma pobre pecadora se dirige ao homem que a arrancara da miséria. Ela, a grande sedutora e namoradeira, ama, a partir de então, só Jesus Cristo e faz para Ele o que jamais fizera para homem algum. Ela, sempre saudável, ficará doente: Um dia tiveram que lhe costurar a pálpebra do olho esquerdo a sangue frio, sem anestesia... 
-"Tenho sede de chegar no Céu, de ver Jesus", dirá ela. 
Habituada à vida dos palácios e castelos, Eva iria, voluntariamente, conhecer a enfermaria comum do hospital. Ela, manchete de todos os grandes jornais, pouco a pouco, fará com que todos a esqueçam. Contudo, bastaria uma só palavra para que ela se tornasse rica e assediada. Eva morre no dia 10 de julho de 1929, fiel àquele Cristo, descoberto doze anos atrás.
http://www.boletimpadrepelagio.org/

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