quarta-feira, 25 de junho de 2025

São Próspero da Aquitânia Monge e teólogo Festa: 25 de junho

(*)Limoges, França, final do século IV
(+)Roma, depois de 455 
Próspero nasceu na Aquitânia; em Marselha, tornou-se monge leigo e teólogo, dedicando a vida à defesa das obras de Santo Agostinho, a quem conheceu pessoalmente, da heresia de Pelágio, com foco na vontade salvífica universal de Deus e contra a predestinação. Faleceu por volta de 455. 
Etimologia: Próspero = saudável, florescente, feliz, claro significado 
Martirológio Romano: Comemoração de São Próspero da Aquitânia, que, versado em filosofia e literatura, levou uma vida virtuosa e temperada com sua esposa e, tendo se tornado monge em Marselha, defendeu arduamente contra os pelagianos a doutrina de Santo Agostinho sobre a graça de Deus e o dom da perseverança, exercendo também em Roma o cargo de chanceler do Papa São Leão Magno. 
Ele foi o defensor da doutrina de Santo Agostinho sobre a Graça e a predestinação, e suas obras são quase a única fonte de onde se pode extrair informações sobre si mesmo e sobre a atividade como escritor que ocupou a maior parte de sua vida. Nascido por volta de 390 em Limoges, na Aquitânia, deduz-se de suas obras que ele frequentou o curso habitual de estudos clássicos, em uma Gália florescente em educação, a ponto de, já no século I, Plínio a chamar de "uma Itália, em vez de uma província". De seu poema de 122 versos "Poema coniugis ad uxorem", entende-se que, quando jovem, ele deve ter sido casado. Não se sabe por que ele se mudou da Aquitânia para Marselha, onde passou a maior parte de sua vida como monge leigo, sem qualquer cargo ou posição eclesiástica. Ele conheceu pessoalmente Santo Agostinho e assumiu sua defesa, isto é, seu pensamento sobre a doutrina da graça, quando viu as reações despertadas por essa doutrina nos vários mosteiros de Marselha e Provença, e o informou por carta sobre os comentários e sobre sua obra; ele foi apoiado nisso por outro leigo, Hilário. Agostinho respondeu aos dois defensores da Gália, endereçando-lhes dois livros: "De praedestinatione sanctorum" e "De dono perseverantiae", que naquela época formavam uma única obra, a última escrita pelo grande Doutor da Igreja antes de morrer (28 de agosto de 430). Mas mesmo após sua morte, as críticas à sua doutrina por seus oponentes, que na época se autodenominavam "marselheses", não diminuíram; Próspero e Hilário decidiram então ir a Roma para pedir a intervenção do Papa Celestino I (431), que endereçou uma carta aos bispos da Gália para amenizar as críticas de seus oponentes, considerando Agostinho "um homem de tanto conhecimento que até meus predecessores o contaram entre os melhores mestres". Até 440, encontramos Próspero ocupado compondo um grande número de escritos teológicos, sempre respondendo às várias calúnias e objeções contra Santo Agostinho, envolvendo também os papas que se sucederam em Roma. Foi o Papa Leão I, o Grande, que, encontrando-se na Gália, providenciou que Próspero o seguisse até Roma e o contratou para a chancelaria papal (440). Lá, ele encontrou paz de espírito, não se preocupando mais com as controvérsias sobre a Graça, e também porque Cassiano, o maior oponente de Marselha, morreu em 435, a disputa se acalmou um pouco; Assim, pôde dedicar-se à difusão do pensamento agostiniano e, portanto, o exegeta, o compilador, o cronista prevaleceram sobre o polemista. Autor de prosa, suas obras somam centenas: comentários, frases, epigramas, exposições doutrinárias em verso; compôs também em Roma a única obra que não fala de Santo Agostinho, a "Chronicum integrum", uma crônica universal desde as origens até a tomada de Roma por Janserico (455). Para defender a doutrina da Graça e da predestinação desenvolvida por Santo Agostinho, o próprio Próspero torna-se um teólogo de rara grandeza, concentrando seu pensamento essencialmente em dois argumentos: a universalidade da vontade salvadora de Deus e a predestinação. Deus concede a todos os homens graça suficiente para serem salvos; ele nega de forma absoluta a predestinação ao pecado e à perdição. Deus não é culpado pela condenação; aqueles que se perdem o fazem por livre e espontânea vontade. Próspero explica com clareza, com suavidade, e tenta tornar aceitáveis ​​os rígidos e firmes princípios agostinianos, que por isso têm sido frequentemente mal compreendidos, e não apenas por hereges. Próspero morreu por volta do ano 463; a única evidência de um culto a ele prestado na antiguidade é um afresco na basílica de São Clemente, em Roma, bem preservado, que o retrata com uma auréola ao redor da cabeça, com o cabelo cortado em forma de coroa de monge, vestindo uma túnica de mangas largas apertada nos quadris por um cinto; ele certamente tem a aparência de um monge. Não há dúvida de que se trata de Próspero, pois naquela basílica o Papa Zósimo, em 417, condenou o pelagianismo e os semipelagianos, dos quais o grande escritor era um orgulhoso refutador. Erroneamente confundido com São Próspero, bispo de Reggio Emilia, que é celebrado em 25 de junho, ele foi inserido no "Martirológio Romano" por Cesare Baronio, na mesma data. 
Autor: Antonio Borrelli

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