Fundadora das Irmãs do Santíssimo Sacramento ou Sacramentinas de Bérgamo
Santa Gertrudes Comensoli morreu enquanto contemplava o Santíssimo Sacramento exposto. Em meio à sua doença terminal, pediu que abrissem uma janela do seu quarto ao lado da capela de sua comunidade, para poder olhar para a Eucaristia em seu leito de morte. Tinha 56 anos.
Quinta de dez filhos de uma família modesta, mas de profunda religiosidade, nasceu em Bienno, Brescia, Itália, a 18 de janeiro de 1847. No batismo recebeu o nome de Catarina.
Desde pequena sentiu grande atração por Jesus Cristo presente na Eucaristia. Passava horas em silêncio diante do sacrário a pensar, como ela dizia.
Começou a confessar-se aos cinco anos e aos sete, sem prevenir ninguém, aproximou-se da Sagrada Comunhão. Movida pelo Espírito Santo, fez voto de virgindade perpétua, dizendo a Nosso Senhor: “Juro um milhão de vezes que serei sempre vossa, Senhor. Se algum dia Vos hei-de ser infiel, levai-me imediatamente”.
Em 1867 consagrou-se na Companhia de Sant'Ângela Merici, reativada em Brescia no ano anterior pelas irmãs Madalena e Isabel Girelli e aprovada pelo Bispo Girolamo Verzeri, irmão de Santa Teresa Verzeri. Catarina torna-se professora do grupo de noviças da Companhia em Bienno.
Seu pai adoeceu em 1869 e para ajudar a família ela estava disposta a deixar Bienno. A superiora de Brescia, Madalena Girelli, a enviou para Chiari (BS) como empregada doméstica, na renomada e numerosa família do arcipreste, Padre João Batista Rota, futuro Bispo de Lodi, que tinha 3 irmãs pertencentes à Companhia de Santa Ângela.
Em 1874 sua mãe implorou que ela fosse para Milão com os condes de Fè Vitali residentes em Milão no Palazzo di Corso, onde seria dama de companhia e cuidadora dos dois filhos da Condessa Hipólita Fè, Bartolomeu (n. 1871) e Júlio (n. 1874). Caterina cuidou de Bartolomeu até a idade escolar, que depois terminou os estudos no internato; Júlio morreu alguns meses depois. Catarina acompanhava a Condessa Hipólita em seus compromissos e viagens: Milão, Brescia, Bérgamo, San Gervasio d'Adda e em vários resorts termais.
Já mulher sábia, rica de capacidades humanas e de sensibilidade interior, inclinada a uma profunda espiritualidade e a uma crescente atenção às necessidades educativas das meninas, dos pobres e dos doentes, aspira fundar um Instituto dedicado à Adoração e à Educação das crianças e dos jovens.
Em 1879, se encontrou pela primeira vez com o Padre Francisco Spinelli. Os dois tinham os mesmos ideais: fundar uma congregação que tivesse a finalidade da adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento e a educação cristã de meninas pobres.
No século XIX, era necessário um padre superior para garantir o bom funcionamento de um instituto feminino. De 1879 a 1882, o projeto que traçou com Padre Francisco foi esclarecido e depois de apresentado ao Bispo de Bérgamo, Mons. Caetano Camilo Guindani.
Em 1880, tendo estado em Roma, Catarina entrevistou-se com o Papa Leão XIII a quem falou de seu projeto. Este pontífice apoiou sua obra, mas além da adoração ao Santíssimo Sacramento enfatizou a educação das jovens operárias.
Depois da morte dos pais e de conseguir separar-se da família Fé Vitali, que a estimava como filha, foi para Bérgamo onde, sob a orientação espiritual do Padre Spinelli, com sua irmã Bartolomea e uma outra companheira, deu início ao novo Instituto, a 15 de agosto de 1882.
Decorrido dois anos, a 15 de dezembro de 1884, com a bênção e consentimento do Bispo, D. Camilo Guindani, cinco Adoradoras ou Sacramentinas vestiram o hábito, e Catarina Comensoli, que tomara o nome de Irmã Gertrudes do Santíssimo Sacramento, foi eleita Superiora da comunidade, de que faziam parte outras nove religiosas que haviam professado anteriormente.
O Instituto difundiu-se rapidamente por várias cidades e povoações. Tudo parecia correr pelo melhor quando uma grande tempestade desabou sobre a Congregação. Por razões nada fáceis de apurar, as casas e bens do Instituto foram confiscados, sem culpa dos fundadores. Por outro lado, entre eles tinha havido já um certo desentendimento: a Irmã Gertrudes desejava que o Instituto desse primazia à adoração ao Santíssimo, ao passo que o Padre Spinelli era de opinião que as obras de caridade deviam ocupar o primeiro posto. Quando o caso da falência se veio juntar a esta divergência, o desfecho natural era cada um seguir o próprio caminho.
A Irmã Gertrudes, por conselho do Bispo Guindani, afastou-se temporariamente de Bérgamo, levando consigo um grupo de religiosas, que tomaram o nome de Sacramentinas. Foram para Lodi, onde o Bispo João Batista Rota as acolheu favoravelmente e em 8 de setembro de 1891 lhes concedeu a aprovação diocesana.
O Instituto renasceu tão exuberante e vivo como uma tenra árvore, que encontrou suas raízes no solo fértil da oração, do sofrimento, da fé e da humildade; renasceu graças à energia e ao equilíbrio de Santa Gertrude, das monjas que colaboraram com todas as suas forças e com todo o amor de que foram capazes para a realização de um sonho que já se tornara comum; graças ao apoio concreto e atencioso do bispo de Lodi, Mons. João Batista Rota, de Chiari, em cuja família Comensoli trabalhara por 5 anos; graças ao bispo de Bergamo, Mons. Guindani, que em 1889 prontamente recomendou as Irmãs Sacramentinas a Mons. Rota, que toma a decisão de reconhecer, com o decreto de 8 de setembro de 1891, o Instituto das Irmãs Sacramentinas de Bérgamo, canonicamente erigido em Lodi com Casa Mãe temporária em Lavagna di Comazzo.
A finalidade do Instituto é dupla: “Adorar Jesus Sacramentado e realizar obras de caridade para com o próximo segundo as disposições da Divina Providência, tendo em particular a finalidade de educar as jovens”.
No ano seguinte, a 28 de março, puderam regressar à casa de Bérgamo já resgatada da hipoteca. Foi ali que a Madre Gertrudes passou os últimos anos de vida. Aproveitou-os para dar consistência e desenvolvimento ao Instituto e sobretudo para lhe incutir o carisma próprio da adoração e reparação ao Santíssimo Sacramento.
A Santa Sé concedeu-lhes o Breve laudatório a 11 de abril de 1900 e a aprovação definitiva a 14 de dezembro de 1906, quando a fundadora já havia partido para a eternidade. Com efeito, Madre Gertrudes havia falecido aos 56 anos, ao meio-dia do dia 18 de fevereiro de 1903.
O solene funeral bem mostrou de quanta veneração ela gozava entre todos. Em 9 de agosto de 1926, o venerado cadáver foi transportado do cemitério para a Casa Mãe, onde permanece numa capela apropriada, contígua à Igreja da Adoração.
A sua fama de santidade confirmou-se no processo canônico, que levou à declaração das virtudes heroicas a 26 de abril de 1961.
Deus corroborou com um milagre, aprovado no dia 13 de maio de 1989, quanto foi preciosa aos Seus olhos a vida e morte de Madre Gertrudes Comensoli, que finalmente recebeu as honras da beatificação no dia 1º de outubro do mesmo ano.
Santa Gertrudes deixou 16 casas abertas antes de morrer e o Instituto com 179 religiosas. Assistem: trabalhadoras em internatos, fiações, tecelagens e outras oficinas, órfãs, menores forçadas, estudantes em pensões, idosos em abrigos, pacientes de pelagra e cozinhas econômicas, ensinam bordados em ouro. Também atuam em paróquias e oratórios, escolas abertas de estudo e trabalho, clubes de contraturno e lecionam em diversas escolas municipais.
O Instituto está presente em toda a Itália em 1882, no Brasil em 1946, no Malawi em 1976, no Equador em 1987, no Quênia em 1991, na Bolívia em 2005, na Croácia em 2006. Em 1939/1940 as Irmãs Sacramentinas também chegaram à Etiópia e à China, mas após convulsões políticas as Irmãs foram internadas em "campos", ridicularizadas e depois expulsas da Etiópia em 1943 e da China em 1951.
Foi declarada Venerável, pela Heroicidade das Virtudes, por João XXIII em 26 de abril de 1961; proclamada Beata por João Paulo II em 1º de outubro de 1989; e em 26 de abril de 2009, Bento XVI a inscreveu no livro dos Santos.
Fontes:
Reflexão:
Ao mesmo tempo tristes e indignados, nós católicos, vemo-nos obrigados todos os anos a desagravar Nosso Deus pelos repetidos ultrajes perpetrados contra Ele no Carnaval, pelo fato deste estar se metamorfoseando de uma antiga folia inocente, alegre e sob vários aspectos até fina, numa espécie de apoteose Tribalista, imoral, pagã e, pior de tudo, blasfema.
Não nos esqueçamos de que, nós católicos, temos a obrigação de cumprir os Mandamentos da Lei de Deus e da Santa Igreja, por isso, participar de qualquer evento com as características que o Carnaval tem hoje é ir contra os princípios cristãos. Vale lembrar que até assistir pela TV cenas que ofendem a Deus equivale a uma participação indireta.
Portanto, ofereçamos reparação a Nosso Senhor ofendido por tantos desmandos e rezemos muitas vezes a magnífica oração abaixo:
A Jesus Crucificado
Eis-me, ó bom e dulcíssimo Jesus, prostrado de joelhos em Vossa presença, e Vos peço e rogo com o mais ardente fervor da minha alma que imprimais no meu coração vivos sentimentos de fé, esperança e caridade, e um verdadeiro arrependimento de meus pecados, com propósito firme de me emendar, enquanto considero com grande afeto e dor de alma as Vossas cinco chagas, tendo diante dos olhos o que já o Santo Profeta David dizia de Vós, ó bom Jesus: "transpassaram as minhas mãos e os meus pés, e contaram todos os meus ossos".
Nenhum comentário:
Postar um comentário