“A fraqueza de Deus é mais forte do que os homens" (ICor 1, 25). Estas palavras do Santo Apóstolo Paulo refletem a devoção e o estilo de vida do Beato Ladislau Batthyány-Strattmann, pai de família e médico. Ele utilizou a rica herança dos seus nobres antepassados, para curar gratuitamente os pobres e para construir dois hospitais. O seu maior interesse não eram os bens materiais, e tão pouco o sucesso e a carreira foram os objetivos da sua vida.
Ele ensinou e viveu tudo isto na sua família, tornando-se desta maneira a melhor testemunha da fé para os seus filhos. Tirando a sua força espiritual da Eucaristia, mostrou a quantos a Providência Divina lhe enviava, a fonte da sua vida e da sua missão.
O Beato Ladislau Batthyány-Strattmann nunca antepôs as riquezas da terra ao verdadeiro bem que está nos céus. O seu exemplo de vida familiar e de generosa solidariedade cristã seja um encorajamento para todos seguirem fielmente o Evangelho.
Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 23 de março de 2003
Nasceu em Dunakiliti (Hungria), no dia 28 de Outubro de 1870, numa família de antiga nobreza.
Desde a infância alimentava o desejo de ser médico "para curar gratuitamente os doentes pobres" e um dia será efetivamente conhecido como o "doutor dos pobres".
Estudou várias matérias antes de começar, em 1896 em Viena (Áustria), os seus estudos de medicina, disciplina em que obteve a Licenciatura quatro anos mais tarde.
Casou em 10 de Novembro de 1898, com a condessa Maria Teresa Coreth, uma mulher de profunda religiosidade, vivendo com ela um matrimônio muito feliz e harmônico, abençoado pelo nascimento de 13 filhos.
Em 1902, Ladislau fundou um hospital particular, onde começou a trabalhar como médico geral; em seguida, especializou-se em cirurgia e sobretudo em oftalmologia, conhecimentos estes que foram extremamente úteis também para a assistência aos soldados feridos durante a primeira guerra mundial.
Em 1915, herdou do seu tio o castelo de Körmend (Hungria) e também o título de "príncipe" para onde se transferiu em 1920, transformando uma parte do mesmo castelo em consultório de oftalmologia, disciplina em que viria a tornar-se um famoso especialista, sem jamais perder de vista o antigo anseio de assistir gratuitamente os doentes pobres, que acorriam ao seu consultório em busca de ajuda. Como "preço" para a terapia que recebiam, pedia que rezassem um Pai-Nosso por ele.
Além da saúde física, também o bem espiritual dos seus doentes constituía uma grande preocupação para Ladislau. Antes de fazer uma operação, pedia a bênção do Senhor, convencido de que, como médico, não realizava a obra sozinho, e que a cura era um verdadeiro dom de Deus, de quem se sentia um instrumento.
Com a família, participava todos os dias na Santa Missa e, à noite, recitava o Rosário, dando aos filhos uma sólida educação cristã.
Mas os seus verdadeiros sentimentos cristãos haveriam de se manifestar com força na maior prova da sua vida, quer dizer, na sua grave doença, durante a qual se correspondia com os seus familiares, escrevendo, entre outras coisas: "Sou feliz. Sofro atrozmente, mas amo as minhas dores e consola-me o fato de as poder suportar por Cristo".
Depois de mais de um ano de graves sofrimentos, Ladislau faleceu em Viena, no dia 22 de Janeiro de 1931, com fama de santidade, o que depressa levou muitas pessoas a invocá-lo como intercessor de favores celestiais.
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