Evangelho segundo São Marcos 7,24-30.
Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se para a região de Tiro e Sidónia. Entrou numa casa e não queria que ninguém o soubesse. Mas não pôde passar despercebido,
pois logo uma mulher, cuja filha tinha um espírito impuro, ao ouvir falar dele, veio prostrar-se a seus pés.
A mulher era pagã, siro-fenícia de nascimento, e pediu-Lhe que expulsasse o demónio de sua filha.
Mas Jesus respondeu-lhe: «Deixa primeiro que os filhos estejam saciados, pois não está certo tirar o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos».
Ela, porém, disse: «Senhor, também é verdade que os cachorrinhos comem debaixo da mesa as migalhas das crianças».
Então Jesus respondeu-lhe: «Dizes muito bem. Podes voltar para casa, porque o demónio já saiu da tua filha».
Ela voltou para casa e encontrou a criança deitada na cama. O demónio tinha saído.
Tradução litúrgica da Bíblia
Presbítero de Antioquia,
bispo de Constantinopla,
doutor da Igreja
Homília «Que Cristo seja anunciado»,
12-13; PG 51, 319-320
A oração humilde e perseverante
Uma cananeia aproximou-se de Jesus e pôs-se a suplicar-Lhe em grandes brados pela filha, que estava possuída pelo demónio. O que era esta mulher -- uma estrangeira, uma bárbara sem qualquer relação com a comunidade judaica -- senão uma cadela indigna de obter que pedia? «Não está certo tirar o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos». No entanto, a sua perseverança fez com que merecesse ser atendida. À que era apenas uma cadela, Jesus elevou-a à nobreza dos filhos pequenos; mais ainda, cobriu-a de elogios, dizendo-lhe à despedida: «Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se como desejas» (Mt 15,28). Quando ouvimos Cristo dizer: «Grande é a tua fé», não precisamos de procurar outra prova da grandeza de alma desta mulher. Vede como ela apagou a sua indignidade pela sua perseverança. E reparai igualmente que obtemos mais do Senhor pela nossa oração que pela oração dos outros.
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