monge franciscano radicado em Celloli, onde,
de todas as partes, as pessoas vinham consultá-lo.
Os condes João e Justina Bompedoni viviam muito felizes no seu castelo em São Gimigniano, na bela região italiana da Toscana. A felicidade ficou completa quando ali nasceu o filho, em 1228, baptizado com o nome de Bartolomeu. A família muito religiosa o educou dentro dos princípios verdadeiros da doutrina cristã. Ele cresceu humilde, caridoso e voltado apenas para a religião, apreciando mais a simplicidade que o luxo. Na juventude quis seguir a vida religiosa. Mas os pais foram contra, o queriam o único filho junto de si e cuidando dos negócios da família. Decidiram que era melhor que ele se casasse.
Acertam a aliança com uma nobre família cuja bela filha cristã e caridosa, também aguardava por um matrimónio apropriado. Mas no dia do noivado Bartolomeu fugiu. Procurou acolhida no mosteiro beneditino de São Vito, na vizinha cidade de Pisa. Não ingressou como noviço, decidiria isso só depois. Ficou ali apenas trabalhando como enfermeiro entre os doentes.
Certa noite, que ele próprio não soube explicar se teve um sonho ou uma visão, Jesus ressuscitado lhe apareceu, com o corpo cheio de chagas, e disse: “Para fazer a minha vontade, não devereis tornar-te um monge; devereis, ao invés, viver no sofrimento por vinte anos”. Bartolomeu ouvindo esse “recado” deixou o mosteiro e a cidade, indo para outra da região: Volterra, onde ingressou na Terceira Ordem Franciscana.
Aos trinta anos de idade o Bispo de Volterra o ordenou sacerdote e o enviou como capelão de um pequeno povoado e depois pároco de outro. Nas duas missões se distinguiu pelo zelo apostólico. Foram vinte anos dedicados à caridade aos pobres, de amor ao próximo e de palavras reconciliadoras. Padre Bartolomeu era amado por todos, ricos e pobres.
Com pouco mais de cinquenta anos de idade, consternou os fiéis, ao comunicar que havia contraído a lepra. Chegara então o momento do seu sofrimento. Naquele tempo essa doença significava a total exclusão social, ou seja, era a morte em vida. Pediu ao seu Bispo, que concordou, e se retirou como reitor do leprosário de Cellole, nessa mesma região.
Foi então que Bartolomeu, agora isolado, ganhou fama e notoriedade. A serenidade e santidade da sua figura causavam admiração na população de toda a Itália. A paciência e a capacidade de suportar o seu sofrimento, aliviando e confortando seus companheiros de infortúnio eram realmente dignos de um irmão franciscano. Comparado ao personagem bíblico leproso e mesmo assim agradecido à Deus, passou a ser chamado de “o Job da Toscana”. Recebia devotos de todos os lugares que iam à sua procura em busca de conselho. Aos que se lamentavam de qualquer dificuldade ou doença, respondia com a alegria dos santos: “Não sabes que precisava que Cristo sofresse para entrar na sua glória?”. Morreu vinte anos depois, em 12 de dezembro de 1300, aos setenta e dois anos.
Seu túmulo, na igreja de Santo Agostinho, em São Gimigniano, Toscana ainda hoje é um lugar de milagres e graças atribuídos à sua intercessão, sobretudo pelos doentes de hanseníase, a popular lepra. O culto nessa data foi aprovado em 1498 quando a Santa Sé declarou Beato Bartolomeu Bompedoni.
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