Evangelho segundo São Lucas 16,1-8.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Um homem rico tinha um administrador que foi denunciado por andar a desperdiçar os seus bens.
Mandou chamá-lo e disse-lhe: "Que é isto que ouço dizer de ti? Presta contas da tua administração, porque já não podes continuar a administrar".
O administrador disse consigo: "Que hei de fazer, agora que o meu senhor me vai tirar a administração? Para cavar não tenho forças, de mendigar tenho vergonha.
Já sei o que hei de fazer, para que, ao ser despedido da administração, alguém me receba em sua casa".
Mandou chamar, um por um, os devedores do seu senhor e disse ao primeiro: "Quanto deves ao meu senhor?".
Ele respondeu: "Cem talhas de azeite". O administrador disse-lhe: "Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve cinquenta".
A seguir disse a outro: "E tu, quanto deves?" Ele respondeu: "Cem medidas de trigo". Disse-lhe o administrador: "Toma a tua conta e escreve oitenta".
E o senhor elogiou o administrador desonesto, por ter procedido com esperteza. De facto, os filhos deste mundo são mais espertos do que os filhos da luz no trato com os seus semelhantes».
Tradução litúrgica da Bíblia
(1506-1552)
Missionário jesuíta
Carta de 15/01/1544
Viver gerindo bem os dons de Deus
Dessas regiões [Índia e Sri Lanka] só consigo escrever o seguinte: são tão grandes as consolações comunicadas por Deus nosso Senhor àqueles que vão para o meio dos pagãos para os converter à fé de Cristo que, se há alguma alegria nesta vida, é essa mesmo. Muitas vezes acontece-me ouvir a alguém que vai para o meio desses cristãos: «Senhor, não me deis tantas consolações nesta vida! Mas, uma vez que na vossa bondade e misericórdia infinitas mas dais, levai-me para a vossa santa glória! Na verdade, custa muito viver sem Vos ver, depois de Vos terdes mostrado desse modo à vossa criatura». Ah, se aqueles que buscam o saber nos estudos se dessem ao mesmo trabalho na busca das consolações do apostolado! Se as alegrias que procura um estudante naquilo que aprende, as procurasse fazendo sentir ao seu próximo aquilo de que precisa para conhecer e servir Deus, quão mais consolado e mais bem preparado estaria para prestar contas de si próprio, quando Cristo vier e lhe pedir: «Presta contas da tua administração». Termino pedindo a Deus nosso Senhor que nos reúna na sua santa glória. Para obter essa benfeitoria, tomemos como intercessoras e advogadas todas as almas santas das regiões onde me encontro. A todas essas santas almas, peço que nos obtenham de Deus nosso Senhor que, durante o tempo que resta desta separação, nos dê a graça de sentirmos no fundo da alma a sua santíssima vontade e de a realizarmos perfeitamente.
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