quinta-feira, 7 de julho de 2022

REFLETINDO A PALAVRA - “As nações verão a salvação de Deus.”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
SACERDOTE REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
A Palavra de Deus foi dirigida a João
 
Refletimos no domingo passado sobre a vinda de Cristo que é preparada pela estupenda pessoa de João Batista, o Precursor. Ele “é a voz que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor” (Lc 3,4). Nós o veremos mais vezes durante o Advento. João não é uma figura inventada. Entra como um personagem real. Lucas mostra os homens do tempo: Tibério César no 15º ano de seu reinado. Enumera Herodes, Pôncio Pilatos e outros naquele momento. João é um profeta como os antigos. Já havia tempo que não aparecia profeta. Agora “a Palavra de Deus foi dirigida a João, no deserto” (2). É Deus que fala por meio dele. Ele é a realização da profecia de Isaias sobre a vinda do Senhor. Ele é da classe sacerdotal, mas não o exerce seu sacerdócio no templo no templo, mas no deserto, fora das estruturas viciadas. Deserto é uma palavra forte, pois lembra a história de Israel que se consolida como povo no deserto. Ali João prepara o caminho para a vinda do Senhor. Ali Jesus faz seu jejum de 40 dias. João prega o batismo de conversão para a vinda do Senhor. A preparação deve ser feita dentro do coração pela conversão. Essa vinda do Senhor é motivo de alegria para todo o povo, como vão anunciar os anjos aos pastores no Natal (Lc 2,10). Baruc (5,1-9) escreve sobre alegria da restauração de Jerusalém. A palavra de João anuncia “que todas as pessoas verão a salvação de Deus” (6). Seu discurso é atual. A salvação é para todos os povos. A restauração deve partir do coração. Por isso a pregação deve ser consistente e levar à mudança como veremos no seguimento do evangelho no 3º domingo. Todos o procuravam. João é um exemplo de fidelidade à missão de anunciar com coerência de vida.
Levar à perfeição a obra iniciada 
Neste domingo estamos diante da renovação. Baruc, seguindo Jeremias, anuncia a alegria que a cidade santa vai ter ao ver sua restauração. Os filhos deportados virão de longe. Deus mesmo, nesse segundo êxodo, prepara-lhes um caminho no deserto. O salmo 125 canta: “Maravilhas fez conosco o Senhor! Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar”. Foram chorando e voltam cantando. Deus está sempre do lado de seu povo curando suas feridas. A conversão proclamada por João, continuada por Jesus é um caminho que nos leva a essa perfeição. A grande proclamação da salvação não é um discurso vazio. A Palavra de Deus é consistente e cheia de vida, pois ela se identifica com Ele. As nações esperam a salvação. E elas a verão. Vemos um mundo que desconhece Deus e sua Palavra. Mas o Reino é como a semente: tem uma força interior irresistível. A nós Paulo consola: “Aquele que começou em vós uma boa obra há de levá-a à perfeição até o dia de Cristo Jesus” (Fl 1,6). Não perdemos nossa vida buscando Deus e sua Palavra. 
Vosso amor cresça sempre mais 
Paulo, na carta aos Filipenses, indica o caminho para aplainarem-se as estradas para achegada de Deus: “Que vosso amor cresça sempre mais em todo o conhecimento e experiência, para discernirdes o que é melhor. Assim ficareis puros e sem defeito para o dia de Cristo, cheios do fruto da justiça que nos vem por Jesus Cristo” (Fl 1,9-11). Esse amor é fruto da misericórdia que Deus teve sempre para com o povo de Israel. Como é tão misericordioso, nada mais quer, senão que o sejamos também nós. A preparação para o Natal, a vinda de Cristo na carne, celebrada todos os anos, deve nos animar a ouvir João e abrandar nosso coração por uma conversão consistente a Cristo e seu Reino de amor. 
Leituras: Baruc 5,1-9; Salmo 125; 
Filipenses 1,4-6.8-11; Lucas 3,1-6. 1.
Refletimos sobre a vinda de Cristo que é preparada por João, voz que grita no deserto. Ele é a figura desse Advento. João está dentro da história do tempo, no 15º ano do império de Tibério. Ele é como os profetas antigos. Sua Palavra é de Deus. João é da classe sacerdotal, como o pai Zacarias, mas está no deserto. Deserto é outra figura forte do tempo. O povo se constituiu no deserto. João vive no deserto, Jesus se retira ao deserto. Prega a conversão. Essa vinda é motivo de alegria a todo o povo. Todas as nações verão a salvação de nosso Deus. Não é exclusivo. A restauração parte do coração. 2. Baruc anuncia a alegria da cidade santa ao ver sua restauração. Nesse segundo êxodo, Deus mesmo prepara o caminho. Ele fez maravilhas. Deus está sempre do lado curando as feridas. Vai levar à perfeição a obra que iniciou. A conversão leva à perfeição, pois a palavra anunciada é de Deus e com Ele se identifica e dá vida. 3. Paulo indica o caminho para se aplainarem as estradas: o amor. Esse amor é fruto da misericórdia que Deus teve para com seu povo. Quer que sejamos do mesmo modo. A preparação para o Natal deve animar-nos a abrandar o coração por uma conversão consistente a Cristo e seu Reino de amor. 
Trator do Pai 
Ouvindo os profetas dizem das estradas abrindo no deserto caminhos largos e planos, imaginamos um tratorzão rasgando a terra. Deus vai passar e nos trazer a salvação. João anuncia que esse tempo chegou. Temos uma certeza, como nos escreve Paulo: “Aquele que começou em vós uma boa obra, há de levá-la à perfeição até o dia de Cristo Jesus” . Já estamos ouvindo o ronco dos tratores anunciando a chegada de Deus.
Homilia do 2º Domingo do Advento
EM DEZEMBRO DE 2006

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