De família abastada, veio ao mundo em Susa (Itália), a 15 de Fevereiro de 1830. Recebeu a educação e primeira instrução na casa paterna, dada pelos pais, bons católicos, e por um professor particular. Continuou os estudos em Turim e por último num colégio de Soluzzo. Andando nos 19 anos, tendo falecido os pais e julgando ser chamado para o sacerdócio, entrou no seminário de Susa, mas pouco depois teve de procurar um clima mais benigno para a saúde. Por essa razão foi para a cidade de Nice, na França.
No Sábado Santo de 1854 recebeu a ordem de diácono, e na vigília da festa da Santíssima Trindade foi ordenado sacerdote. Nessa altura, tomou os seguintes propósitos: Promover o bem do povo em todas as coisas; reservar para si os encargos, prescindindo de todos os incómodos; levar por diante com boa vontade o que se refere ao bem da alma ou do corpo dos fiéis; estar à disposição, pronta e gratuitamente, dos sacerdotes; exercer qualquer género de apostolado da melhor maneira possível.
Depois da ordenação sacerdotal, entregou-se à acção pastoral em Susa, empregando o tempo em ouvir confissões, pregar a palavra de Deus por meio de missões, tríduos, prática das quarenta horas, bem como ensinar o catecismo às crianças e jovens. Desempenhou, além disso, as funções de capelão das cadeias (1863), reitor do liceu da cidade (1866), director espiritual das Irmãs de S. José de Oulx (1869-1871) e reitor do seminário diocesano (1874-78).
Por carta apostólica, assinada em Roma a 15 de Janeiro de 1878, foi elevado a Bispo de Susa. No novo cargo de tamanha responsabilidade, continuou com a vida de oração, meditação, estudo da doutrina sagrada, exercícios espirituais, que fazia todos os anos em particular ou juntamente com o clero da diocese. Pôs particular empenho na formação dos padres e leigos. Seis vezes percorreu todas as paróquias da diocese, mesmo as mais afastadas nos montes, com vias de acesso difíceis. Era o bom pastor que não abandonava as ovelhas. Escreveu bastantes cartas pastorais e levou a termo numerosos projectos de apostolado. Favoreceu a impressão de revistas e livros católicos. Lutou denodadamente contra o liberalismo, que se difundia por toda a parte e atacava os direitos da Igreja.
A sua casa estava sempre aberta para todos, sobretudo para os padres que vinham de longe. Não os deixava sair sem partilhar da própria mesa. Nos casos de grandes calamidades, como a cólera-morbo e chuvas torrenciais, era o primeiro a socorrer as vítimas, dando do que era seu e não se envergonhando de pedir esmolas, inclusive em outras dioceses.
Para ajudar as meninas e jovens abandonadas, fundou a Congregação das Irmãs de S. Francisco de Susa, que depois também tomaram conta de pessoas idosas e doentes. No dia 2 de Fevereiro de 1903, ele mesmo aprovou com decreto episcopal, para a diocese de Susa, o seu Instituto, e preparou-lhe constituições apropriadas.
Seguiu e fielmente imitou S. Francisco de Assis, sobretudo pelo caminho da pobreza e da humildade. Rico por nascimento, viveu sempre pobre para imitar a Cristo pobre. Sobressaiu nele o amor à Sagrada Eucaristia e à Santíssima Virgem.
Durante a sua vida teve a alegria e o privilégio de privar da amizade de quatro santos: S. João Baptista Vianney (1786-1859), S. José Cafasso (1811-1860), Santa Maria José Rossello (1811-1880) e S. João Bosco (1815-1888). Pôde até assistir à morte deste último, que faleceu em Turim no dia 31 de Janeiro, com 73 anos e meio. Com quase essa mesma idade viria a morrer D. Eduardo José Rosaz. De facto, nos começos de 1903, um ataque súbito anunciava-lhe que o seu fim estava próximo. No dia 26 de Abril ainda se demorou com a juventude do liceu de Susa, distribuindo alguns doces. Depois disse ao prefeito: «A ti confio estes jovens. É a obra mais bela, mais santa e mais notável que se realiza na vida. Devem fazer-se todos os esforços para a juventude ser cristãmente educada». Este foi o seu testamento.
No dia 2 de Maio pediu o sacramento da Unção e o Sagrado Viático. No dia seguinte de manhã, rodeado de vários sacerdotes, adormeceu no Senhor.
As suas virtudes heróicas foram aprovadas no dia 22 de Março de 1986. Recebeu as honras da beatificação a 14 de Julho de 1991.
– AAS 78 (1986) 1178-82; 84 (1992) 947-9; DIP 7,2028.
Cf. Pe. José Leite, SJ.
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