quinta-feira, 5 de maio de 2022

05 de maio - Beatos Vicente Soler e companheiros (Agostinianos)

Entre 25 de julho e 15 de agosto de 1936, sete freis da Ordem dos Agostinianos Recoletos sacrificaram suas vidas por Cristo nas ruas de Motril durante a Guerra Civil Espanhola. Junto com os freis Agostinianos Recoletos, um sacerdote diocesano foi martirizado. Os santos são os «verdadeiros adoradores de Deus»: homens e mulheres que, como a samaritana, encontraram Cristo e descobriram, graças a Ele, o sentido da vida. Eles experimentaram pessoalmente aquilo que diz o apóstolo Paulo na segunda Leitura: «O amor de Deus foi derramado em nossos corações, pelo Espírito Santo que nos foi concedido» (Rm 5, 5). Também nos novos Beatos a graça do Batismo trouxe a plenitude do seu fruto. Eles beberam a tal ponto da fonte do amor de Cristo, que por ela foram intimamente transformados e, por sua vez, se tornaram fontes transbordantes para a sede de muitos irmãos e irmãs, encontrados ao longo da estrada da vida. «Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus e nos gloriemos, apoiados na esperança da glória de Deus» (Rm 5, 1-2). Hoje, ao proclamar Beatos os mártires de Motril, a Igreja põe nos seus lábios estas palavras de São Paulo. Com efeito, Vicente Soler e os seus seis companheiros agostinianos recoletos e Manuel Martín, sacerdote diocesano, obtiveram mediante o testemunho heroico da sua fé o acesso à «glória dos filhos de Deus». Eles não morreram por uma ideologia, mas entregaram livremente a sua vida por Alguém que já antes morrera por eles. Deste modo, devolveram a Cristo o dom que d'Ele haviam recebido. Mediante a fé, estes simples homens de paz, alheios ao debate político, trabalharam durante anos em territórios de missão, passaram por muitos sofrimentos nas Filipinas, regaram com o seu suor os campos do Brasil, Argentina e Venezuela, fundaram obras sociais e educativas em Motril e noutras partes da Espanha. Tendo chegado o momento supremo do martírio, pela fé enfrentaram a morte com ânimo sereno, confortando os outros condenados e perdoando os seus algozes. Como isto é possível? - perguntamo-nos e Santo Agostinho responde-nos: «Porque Aquele que reina nos céus dirigia a mente e a língua dos seus mártires, e por meio deles vencia na terra» (Sermão 329, 1-2). Bem-aventurados sois vós, mártires de Cristo! Que todos se alegrem pela honra tributada a estas testemunhas da fé. Deus ajudou-os nas suas tribulações e deu-lhes a coroa da vitória. Oxalá eles ajudem aqueles que hoje trabalham na Espanha e no mundo em favor da reconciliação e da paz! Papa João Paulo II – Homilia de beatificação – 
07 de março de 1999 
O beato Vicente Soler e seus seis companheiros: Deogracias Palacios, León Inchausti, José Rada, Julián Moreno, Vicente Pinilla e José Ricardo Diez, professaram na Ordem dos Agostinianos Recoletos e pertenciam à comunidade de Motril da Província de Granada. Eles viveram a entrega a Deus no espírito agostiniano servindo a Deus em vários trabalhos apostólicos. Dos sete freis Agostinianos Recoletos, seis deles já haviam se dedicado por longos anos ao serviço em território de missões nas Ilhas Filipinas, no Brasil, na Argentina e na Venezuela. O sétimo, frei José Ricardo Diez, era um irmão não sacerdote de 27 anos que havia ingressado na Ordem dois anos antes. Quando os seis freis missionários regrassaram à Espanha, prosseguiram com seu trabalho na comunidade de Motril. Frei Deogracias Palacios era o prior da comunidade. A Guerra Civil já estava em andamento e eles não se intimidaram em permanecer na Espanha. Quando a perseguição à Igreja ficou mais intensa, alguns deles se viram obrigados a refugiarem-se em diversos lugares. Mas acabaram sendo descobertos e levados à prisão. O irmão não sacerdote frei José Ricardo Diez, juntamente com seu prior - o padre frei Deogracias Palacios - e outros três irmãos sacerdotes -frei León Inchausti, frei José Rada e frei Julián Moreno - foram mortos numa "chuva de balas" perto do santuário de Nossa Senhora, Padroeira da cidade de Motril. O frei Vicente Pinilla foi assassinado a tiros em frente à Igreja do Divino Pastor onde ele havia buscado refúgio na noite anterior. Quem o havia acolhido foi seu pastor, o padre diocesano Manuel Martin Sierra, que também foi assassinado. O frei e mártir Vicente Soler, que havia sido provincial e geral da Ordem dos Agostinianos Recoletos, também foi morto a tiros juntamente com 18 outros prisioneiros na manhã do dia 15 de agosto de 1936. Todos eles - fuzilados entre julho e agosto de 1936 - se distinguiram por um fervoroso amor à Virgem Maria e por um ardente zelo no anúncio do reino de Deus. O Papa João Paulo II os declarou beatos no dia 7 de março de 1999. 
Oração 
Deus todo-poderoso, que destes aos beatos Vicente Soler e Companheiros a graça de sofrer pelo Cristo, ajudai também a nossa fraqueza, para que possamos viver firmes em nossa fé, como eles não hesitaram em morrer por vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

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