PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 54 ANOS CONSAGRADO 46 ANOS SACERDOTE (Ao lado, PADRE BRANDÃO(+)) |
Ser ungido é viver o Espírito Santo como um Dom que penetra nossa vida. Como Jesus e o Pai, o Espírito é uma Pessoa (não é uma pombinha), é Alguém com quem me relaciono e me é vida. Por isso, a partir de Pentecostes podemos ouvir muitas vezes essas palavras: “E todos ficaram cheios do Espírito Santo” (At 2,20). O que significa estar cheio do Espírito Santo? Assim como dizemos que devemos continuar Jesus em nossa vida, devemos continuar também o Espírito Santo. Estar cheio do Espírito Santo significa que quem age é Ele, o Espírito de Deus. Jesus diz com respeito à perseguição: “Quando, pois, vos levarem para vos entregar, não vos preocupeis com o que havereis de falar; mas o que for indicado naquela hora, isto falareis; pois não sereis vós que falareis, mas o Espírito Santo” (Mc 13,11). Viver a espiritualidade na unção do Espírito é deixar-se encher e conduzir por esse Dom. O Espírito com seus sete dons, que não são só sete, mas infinitos, jorrará de nossos corações: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva. Ele se referia ao Espírito que haveriam de receber os que nEle cressem” (Jo 7,38-39). O Espírito não vai jorrar somente belas palavras, mas seus infinitos dons, simbolizados nos sete dons que dá ao Messias: “E repousará sobre ele o espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor” (Is 11,2). O Espírito se manifestará em cada um através de seus dons, mesmo os mais humildes e desconhecidos. A unção da Crisma dá-nós o dom de estar cheios de todos esses dons para vivê-los na comunidade.
Ungidos para servir o povo de Deus
Jesus foi ungido pelo Espírito para uma missão redenção, seu serviço maior aos necessitados. Assim podemos ouvir: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me para proclamar a remissão aos presos, e aos cegos a recuperação da vista; para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor” (Lc 4,18-19). Todos os santos foram advogados das causas dos pobres, não somente por motivos sociais, mas porque, cheios do Espírito promoviam a libertação e alívio de todas as dores. Um sinal de que estamos abertos a essa Força é nossa dedicação à missão de servir ao povo de Deus, de modo particular os sofredores. O amor que jorra de dentro de nós é o Espírito que continua amando. Continuamos o Espírito e sua ação de libertação, como o fez em Jesus. Um mundo opressor é o resultado da ausência do Espírito em nossas vidas. Ser crismado é fazer-se um libertador de todas opressões e assim mudar a Igreja que tende ao espiritualismo para ter a espiritualidade que liberta.
Uma missão de consolação
Cantamos na festa do Espírito Santo aquele belo hino do Vinde Espírito Santo. Ali, Santo Tomás descreve a ação do Espírito em nós: “Oh vinde, Espírito Criador, as nossas almas visitai e enchei os nossos corações com vossos dons celestiais...” Ele é o intercessor, fonte viva, fogo, amor, unção divina, poder na mão do Pai, ilumina as mentes, enche o coração de amor, fortalece na fraqueza, força eterna. Ele é o consolador. O dom da consolação que nos dá acontece também em nós para consolarmos todos os que sofrem. A misericórdia infinita de Deus deve ser a misericórdia sem limites de nossos corações e da Igreja. Consolar os que sofrem! Missão sem igual de quem vive do Amor entre o Pai e o Filho. Deus bendito, Espírito de Amor, vinde e consolai nossos corações para que consolemos os que sofrem. A espiritualidade da Crisma pode modificar.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM MARÇO DE 2006
Nenhum comentário:
Postar um comentário