quinta-feira, 12 de agosto de 2021

AMADEU DA SILVA MENEZES Franciscano, Beato (1420-1482)

O Bem-aventurado Amadeu da Silva Menezes, filho de D. Rui Gomes da Silva, Alcaide de Campo Maior e D. Isabel de Menezes, Condessa de Portalegre, filha do Conde de Vila Real, nasceu em 1420. Tinha por irmã Santa Beatriz da Silva Menezes. Aos vinte anos, retirou-se para o mosteiro de Guadalupe, na Espanha, célebre mosteiro onde a Virgem Maria apareceu. Ele não se retirou para ali, para viver uma vida tranquila, bem pelo contrário: ele sonhava com façanhas heróicas e perigosas, onde pudesse sofrer o martírio. Talvez por isso mesmo, foi para Granada, grande centro árabe, com o desejo de converter os muçulmanos ou de morre pela fé. Tudo o que conseguiu foi ser espancado e deixado como morto. Desde que restabelecido, foi de novo conduzido ao convento de onde saíra. Sempre motivado pelo mesmo desejo, tentou embarcar para a Africa, mas uma tempestade fê-lo voltar às costas portuguesas. Mudou depois de Ordem e entrou no Convento dos Franciscanos, de maneira a poder partir como missionário para qualquer destino selvagem do mundo. Mas, ao contrário do que esperava, foi enviado para Assis, sede geral dos Franciscanos e cidade eminentemente mística. Foi ali que ele compreendeu que o Senhor o chamava para um caminho diferente daquele que ele mesmo desejava. Humildemente aceitou os desígnios divinos e se submeteu a estes com a serenidade que caracteriza os santos: obedecer agora e sempre! Por obediência, foi para Perugia, depois para Brescia e ainda para Milão. Foi também por obediência que aceitou ser ordenado sacerdote, celebrando a sua primeira missa quando já contava trinta e nove anos. Ainda por obediência foi para Roma, onde o Papa Xisto IV, também franciscano, lhe confiou o convento de São Pedro in Montorio e o escolheu para director espiritual. Desejoso de converter os mouros, e de obter a graça do martírio, Amadeu da Silva (ou de Portugal) acabou por ser Director espiritual do Papa. O que parecia uma ironia da sorte, tornou-se numa lição de humildade. Não faleceu em Roma, mas em Milão, onde se deslocara para visitar o mosteiro que lhe fora agora confiado. Deixou um livro sobre o Apocalipse que não lhe procurou qualquer fama, enquanto a sua fama de santidade perdura no correr dos séculos. O convento de Santa Maria das Graças em Ponticelli in Sabina é reconhecido como a pérola da Sabina por causa do seu património artístico, religioso e histórico. Erigido em 1478 graças às liberalidades do conde de Nérola, Raimundo Orsini, o local escolhido para esta construção foi o de Ponticelli in Sabina onde o Bem-aventurado Amadeu da Silva e Meneses tinha por hábito de se retirar para orar. O religioso português tinha encontrado ali uma imagem de Nossa Senhora que provinha do castelo de Nérola. A imagem tinha sido colocada ali a quando da renovação das muralhas e do castelo, e ali tinha ficado, esquecida de todos. Foi diante desta imagem que Amadeu orou para pedir a cura do filho do Conde Orsini, razão pela qual esta família prometeu edificar um santuário para nela venerar a dita imagem e ajudar o Bem-aventurado a propagar a devoção mariana. A imagem, cujo autor ficou para sempre anónimo, foi chamada Santa Maria das Graças. Em 1566 o santo Papa Pio V suprimiu a congregação, fruto da perseverança de Amadeu da Silva, e confiou o convento, a pedido do Cardeal Flávio Orsini, aos Frades Reformados da Observância Franciscana. Segundo informações recolhidas noutras fontes, o verdadeiro nom do Bem-aventurado, era João da Silva Menezes. Teria adoptado o nome de Amadeu a quando dos seus votos religiosos. O mosteiro albergou hospedes que depois se tornaram célebres, tais como São Carlos de Sezze, o Beato Boaventura de Barcelona e o Venerável João Baptista de Borgonha. Amadeu (ou João) da Silva Menezes faleceu em Milão em 1482.

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