Evangelho segundo São João 20,1-9.
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro.
Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predileto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde O puseram».
Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro.
Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão
e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte.
Entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou.
Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.
Tradução litúrgica da Bíblia
Bispo
Sermão 14; PG 65, 796
«Este é o dia que o Senhor fez,
cantemos e alegremo-nos nele!»
(Sl118,24)
Que bela é a festa de Páscoa! E que bela é esta assembleia! Este dia tem tantos mistérios, antigos e novos! Nesta semana de festa, ou antes, de alegria em toda a Terra, os homens rejubilam e até as forças celestes se juntam a nós para celebrar com alegria a ressurreição do Senhor. Exultam os anjos e os arcanjos, que esperam que o Rei dos Céus, Cristo nosso Deus, regresse da Terra, já vencedor; exultam os coros dos anjos, que aclamam a Cristo, elevado «das entranhas da madrugada, como o orvalho» (Sl 110,3). A Terra exulta, lavada com o sangue de Deus; o mar exulta, honrado com os passos do Senhor. Exultem também os homens, renascido da água e do Espírito Santo; exulte o primeiro homem, Adão, liberto da antiga maldição. Para além de instaurar este dia de festa, a ressurreição de Cristo trocou o sofrimento pela salvação, a morte pela imortalidade, as feridas pela cura, o fracasso pela ressurreição. Outrora, o mistério da Páscoa realizou-se no Egito segundo os ritos indicados pela Lei; mas o sacrifício do cordeiro era apenas um sinal, e hoje celebramos, segundo o Evangelho, uma Páscoa espiritual, que é o dia da ressurreição. Naquele tempo, foi imolado um cordeiro do rebanho; agora, é Cristo em pessoa que Se oferece como cordeiro de Deus. Dantes, era um animal do aprisco; agora já não é um cordeiro, mas o próprio Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas (cf Jo 10,11). O povo hebreu atravessou o mar Vermelho e entoou um hino de vitória em honra do seu Defensor: «Cantarei ao Senhor, pois Ele grande» (Ex 15,1); nos nossos dias, os que foram julgados dignos de receber o batismo cantam em seu coração um hino da vitória: «Só vós sois o santo, só vós o Senhor, só Vós o altíssimo Jesus Cristo na glória de Deus Pai, ámen». «O Senhor é Rei, vestido de majestade», aclama o profeta (Sl 93,1). O povo hebreu atravessou o mar Vermelho e comeu o maná no deserto; nós, saindo da fonte batismal, comemos o pão descido do Céu (cf Jo 6,51).
Nenhum comentário:
Postar um comentário