quarta-feira, 21 de outubro de 2020

EVANGELHO DO DIA 21 DE OUTUBRO

Evangelho segundo São Lucas 12,39-48. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não o deixaria arrombar a sua casa. Estai vós também preparados, porque na hora em que não pensais virá o Filho do homem». Disse Pedro a Jesus: «Senhor, é para nós que dizes esta parábola, ou também para todos os outros?». O Senhor respondeu: «Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor estabelecerá à frente da sua casa, para dar devidamente a cada um a sua ração de trigo? Feliz o servo a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado. Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens. Mas se aquele servo disser consigo mesmo: "O meu senhor tarda em vir"; e começar a bater em servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo chegará no dia em que menos espera e a horas que ele não sabe; ele o expulsará e fará que tenha a sorte dos infiéis. O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou ou não cumpriu a sua vontade, levará muitas vergastadas. Aquele, porém, que, sem a conhecer, tenha feito ações que mereçam vergastadas, levará apenas algumas. A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São John Henry Newman(1801-1890)teólogo,
fundador do Oratório em Inglaterra 
Sermão «Watching»;PPS,t. 4,n.°22
«Estai preparados» 
O nosso Salvador fez esta advertência quando estava prestes a deixar este mundo, isto é, a deixá-lo visivelmente. Ele previa que passariam vários séculos até ao seu regresso. Conhecia o seu próprio desígnio e de seu Pai: deixar gradualmente o mundo entregue a si mesmo, ir retirando gradualmente as garantias da sua presença misericordiosa. Previa o esquecimento em que cairia entre os seus próprios discípulos, o estado do mundo e da Igreja tal como o vemos atualmente, em que a sua ausência prolongada faz crer que nunca mais regressará Hoje em dia, Ele murmura misericordiosamente aos nossos ouvidos que não nos fiemos no que vemos, que não partilhemos a incredulidade geral, que não nos deixemos levar pelo mundo, mas que velemos, orando continuamente (cf Lc 21,34.36), e espando a sua vinda. Esta advertência misericordiosa deve estar sempre presente ao nosso espírito, de tal forma é precisa, solene e urgente. Nosso Senhor tinha anunciado a sua primeira vinda e, no entanto, surpreendeu-nos quando veio. Virá de forma muito mais súbita pela segunda vez e voltará a surpreender-nos, uma vez que, sem dizer quanto tempo decorrerá antes da sua segunda vinda, deixou a nossa vigilância à guarda da fé e do amor. Com efeito, não nos basta acreditar, temos de velar; não nos basta amar, temos de velar; não nos basta obedecer, temos de velar, na expectativa desse grande acontecimento que é a vinda de Cristo. Foi-nos sido dado um dever especial: quase todos temos uma ideia geral do que significa crer, temer, amar e obedecer, mas talvez compreendamos menos bem o que significa velar.

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