PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
Neste último domingo do Ano Litúrgico nós celebramos a festa de Cristo Rei do Universo. É uma festa típica dos inícios do século XX quando a Igreja começava a sentir duramente os erros do ateísmo, da falta de religião e da secularização da sociedade. O Papa Pio XI, desejando restaurar todas as coisas em Cristo, como diz a oração, propõe esta bela celebração para o último domingo de outubro. Agora, com a reforma litúrgica do Concílio, a festa foi transferida para o último domingo do Ano Litúrgico da Igreja. Assim, podemos compreender a pessoa de Cristo como Senhor da paz e da unidade.
O santo Evangelho traz a figura de Cristo crucificado. Ele não é somente o justo, mas aquele que salva e introduz no seu Reino quem nele se confia. Vemos o extremo do absurdo: O ladrão, condenado por seus crimes, comete um crime maior, rouba o Paraíso no ato de confiança e de entrega a Jesus. E Jesus rouba-lhe o coração pela sua justiça e fidelidade ao Pai. Ele, o Rei crucificado, tem como exército que o defende somente seu coração aberto pela lança mostrando que a força do mundo é o serviço pelo irmão. Assim Ele se torna o centro do mundo e o ponto para o qual converge o universo. Ele mesmo dizia: “quando for elevado da terra, atrairei todos a mim” (Jo 12,32)
Jesus é o centro do universo, queiramos ou não, pois conforme S.Paulo, “Deus quis fazer habitar em Cristo toda a plenitude e por meio dele reconciliar com si todas as coisas” (Co. 1,12). Todo conhecimento que temos de Deus e tudo o que fez por nós, encontra-se em Cristo. Davi, como diz a primeira leitura reuniu o povo de Israel sob si. Cristo reúne o universo. É a imagem do Deus invisível, Nele tudo foi criado, Ele é a cabeça, o princípio, o Primogênito, pois Nele Deus fez habitar toda sua plenitude e com Ele quis reconciliar todo o universo pelo sangue de sua cruz (Cl. 1,17-20). Cristo é o centro.
Em nossa vida cotidiana, não podemos perder a certeza de que tudo em nós necessita ser orvalhado pelo sangue de sua cruz e sustentado pela força de sua ressurreição. Isso nós o fazemos na medida em que nossas atitudes são sempre convertidas na direção de Deus, mesmo se temos dificuldades e erros. A vida cristã não se mede pelos acertos ou erros, mas pela meta que procuramos. Ele é o Caminho a Verdade e a Vida. Isso quer dizer que nos unimos a Ele pela procura sincera, seguimos seu evangelho e nos alimentamos de sua presença, nós estamos no seu reino de justiça de amor e de paz. Por que perder tudo isso, se o ladrão foi forte para roubar no último instante?
Leituras: 2 Samuel, 5,1-3; Colossenses 1,12-20; Lucas 23,35-43)
Homilia de Cristo Rei (23.11.2001)
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