PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
Sonolentos já pelo peso do tempo, somos despertados por uma atmosfera nova e febril da espera. É um clima gostoso de festa que invade toda a sociedade. A Igreja, mesmo no meio de todo o burburinho festivo, recolhe-se e atenta reflete sobre este acontecimento: “O Verbo de Deus se fez carne e veio habitar no meio de nós” (Jo 1, 14).Peregrino na Eternidade, armou sua tenda no meio das nossas, e não mais se foi embora. Agora podemos ouvi-lo, vê-lo, contempla-lo e toca-lo com nossas mãos, Ele a Palavra da Vida, porque a vida se manifestou, para tenhamos comunhão com o Pai e entre nós (1 Jo 1,1-3).
A Palavra de Deus deste primeiro domingo do Advento convoca a estar preparados para esperar a volta do Senhor a qualquer momento. Deus é sempre uma surpresa. Não sabemos nem o dia nem a hora. Por isso S. Paulo, na carta aos Romanos, avisa que é “preciso estar acordado e vivendo honestamente sem pesar nosso coração com bebedeiras, comilança, orgias e imoralidades, brigas e rivalidades”(Rm 13,13). A sobriedade é ajuda-nos a manter o rumo a tomar. Um provérbio angolano diz que a palanca está pastando, mas de vez em quando levanta os chifres para saber onde está e que direção tomar.
A promessa de um mundo melhor, de uma vida renovada a partir da encarnação e nascimento do Filho de Deus, não é somente um prêmio, mas uma busca consciente de transformação. Por isso o profeta Isaias fala do este mundo onde “os povos transformação suas espadas em arados, suas lanças em foices e não mais pegarão em armas uns contra os outros” (Is 1,4). Depois de todos os terrorismos e guerras de destruição que temos visto todos os dias, estas palavras parecem um sonho distante. Mas a Palavra de Deus é eficaz. Basta nos que “nos deixemos guiar pela luz do Senhor” (Is.1,5)
Em meio a todas as solicitações que a propaganda de Natal exerce sobre nós, não podemos deixar de nos encaminhar à maior propaganda deste tempo: a gruta onde um Menino choraminga nos braços de um casal jovem, aquecido pelos animais, anunciado pelos anjos, festejado pelos pastores humildes e presenteado por reis de toda terra. Ali está Ele a nos olhar esperando uma única resposta: amor terno, quente e sem medida.
Leituras: Is 2,1-5; Rm 13,11-14a; Mt 24,37-44.
Homilia do 1º Domingo do Advento (30.11.2001)
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