A Guerra Civil Espanhola, iniciada em 1936, por divergências de ideais políticos e intolerância à fé, provocou perseguições com massacres de milhares de inocentes: civis e religiosos. Nesse período, sete religiosos do Convento agostiniano-recoleto de Motril, Granada, também foram presos e condenados à morte. Todos foram fuzilados. Eles eram homens simples, provenientes de regiões e famílias de forte tradição cristã, que tinham professado a Regra de Santo Agostinho e se mantinham distantes das discussões políticas, dedicados somente ao ministério sacerdotal, ao confessionário, às penitências, aos pobres e doentes abandonados. O último a morrer foi o padre Vicente Soler. Era um religioso exemplar.
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Iniciou o ministério sacerdotal nas Filipinas, onde experimentou o rigor da perseguição político-religiosa, ficando preso durante 19 anos. Depois, passou pelas Américas, de onde retornou para sua pátria. Durante seis anos, dirigiu a comunidade da Ordem em Andaluzia. Em 1926, foi eleito para ser o superior. Ao aceitar o cargo, consagrou a Ordem a Nossa Senhora. Mas sentindo o avançar da idade, padre Soler decidiu retirar-se para o Convento da cidade de Motril. Lá também se manteve ativo, renovou a Associação de Santa Rita, fundou o Círculo dos Trabalhadores Católicos e abriu uma escola noturna. A sua vida e o seu apostolado foram de zelo apostólico e de amor à Virgem, a são José e ao Sagrado Coração de Jesus. No dia 25 de julho, o convento foi invadido pelos soldados, que fuzilaram cinco religiosos. Eram eles: Deogracias Palácios, Leon Inchausti, José Rada, Julian Moreno e José Ricardo Díez. Dois padres conseguiram despistar os soldados. O hospital da cidade abrigou um deles. Era Vicente Pinilla, que foi descoberto no dia seguinte, 26 de julho, e fuzilado na mesma hora. O outro era o padre Soler, que se refugiou na casa de uma família cristã. Mas foi encontrado no dia 29 de julho e levado como prisioneiro. Na prisão, ele rezava com os prisioneiros, administrava o sacramento da penitência, tendo até mesmo convertido alguns. Por ter sobrevivido à prisão nas Filipinas, mantinha-se alegre e distraia-os contando fatos engraçados de sua vida missionária. No dia 15 de agosto, festa da Assunção de Nossa Senhora, todos os prisioneiros foram chamados para a execução. Naquele dia seriam fuzilados apenas 18. Ao ver o desespero de um pobre pai de oito filhos, padre Soler pediu para substituí-lo. Porém seu pedido foi negado, porque o seu nome já se encontrava na lista, no décimo lugar. Sua caridade, porém, não se limitou a esse gesto heroico. Ele dava a absolvição àqueles que seguiam para a morte. Também deu a absolvição ao 11º condenado, antes de ele próprio ser fuzilado. O prisioneiro era um jovem que pertencia à Ação Católica, e, apesar de ter sido atingido com três tiros, fez-se de morto, sobrevivendo à execução. Foi ele que contou todos os detalhes sobre o período na prisão e a morte do padre Vicente Soler. Os sete religiosos recoletos mártires de Motril, vítimas do ódio à fé, foram beatificados pelo papa João Paulo II em 1999. O culto litúrgico foi decretado para o dia de suas respectivas mortes. A celebração do bem-aventurado Vicente Soler ocorre no dia 15 de agosto.
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Iniciou o ministério sacerdotal nas Filipinas, onde experimentou o rigor da perseguição político-religiosa, ficando preso durante 19 anos. Depois, passou pelas Américas, de onde retornou para sua pátria. Durante seis anos, dirigiu a comunidade da Ordem em Andaluzia. Em 1926, foi eleito para ser o superior. Ao aceitar o cargo, consagrou a Ordem a Nossa Senhora. Mas sentindo o avançar da idade, padre Soler decidiu retirar-se para o Convento da cidade de Motril. Lá também se manteve ativo, renovou a Associação de Santa Rita, fundou o Círculo dos Trabalhadores Católicos e abriu uma escola noturna. A sua vida e o seu apostolado foram de zelo apostólico e de amor à Virgem, a são José e ao Sagrado Coração de Jesus. No dia 25 de julho, o convento foi invadido pelos soldados, que fuzilaram cinco religiosos. Eram eles: Deogracias Palácios, Leon Inchausti, José Rada, Julian Moreno e José Ricardo Díez. Dois padres conseguiram despistar os soldados. O hospital da cidade abrigou um deles. Era Vicente Pinilla, que foi descoberto no dia seguinte, 26 de julho, e fuzilado na mesma hora. O outro era o padre Soler, que se refugiou na casa de uma família cristã. Mas foi encontrado no dia 29 de julho e levado como prisioneiro. Na prisão, ele rezava com os prisioneiros, administrava o sacramento da penitência, tendo até mesmo convertido alguns. Por ter sobrevivido à prisão nas Filipinas, mantinha-se alegre e distraia-os contando fatos engraçados de sua vida missionária. No dia 15 de agosto, festa da Assunção de Nossa Senhora, todos os prisioneiros foram chamados para a execução. Naquele dia seriam fuzilados apenas 18. Ao ver o desespero de um pobre pai de oito filhos, padre Soler pediu para substituí-lo. Porém seu pedido foi negado, porque o seu nome já se encontrava na lista, no décimo lugar. Sua caridade, porém, não se limitou a esse gesto heroico. Ele dava a absolvição àqueles que seguiam para a morte. Também deu a absolvição ao 11º condenado, antes de ele próprio ser fuzilado. O prisioneiro era um jovem que pertencia à Ação Católica, e, apesar de ter sido atingido com três tiros, fez-se de morto, sobrevivendo à execução. Foi ele que contou todos os detalhes sobre o período na prisão e a morte do padre Vicente Soler. Os sete religiosos recoletos mártires de Motril, vítimas do ódio à fé, foram beatificados pelo papa João Paulo II em 1999. O culto litúrgico foi decretado para o dia de suas respectivas mortes. A celebração do bem-aventurado Vicente Soler ocorre no dia 15 de agosto.
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