segunda-feira, 6 de julho de 2020

EVANGELHO DO DIA 6 DE JULHO

Evangelho segundo São Mateus 9,18-26. 
Naquele tempo, estava Jesus a falar aos seus discípulos, quando um chefe se aproximou e se prostrou diante dele, dizendo: «A minha filha acaba de falecer. Mas vem impor a mão sobre ela e viverá». Jesus levantou-Se e acompanhou-o com os discípulos. Entretanto, uma mulher que sofria um fluxo de sangue havia doze anos aproximou-se por detrás dele e tocou-Lhe na fímbria do manto, pensando consigo: «Se eu ao menos Lhe tocar no manto, ficarei curada». Mas Jesus voltou-Se e, ao vê-la, disse-lhe: «Tem confiança, minha filha. A tua fé te salvou». E a partir daquele momento a mulher ficou curada. Ao chegar a casa do chefe e ao ver os tocadores de flauta e a multidão em grande alvoroço, Jesus disse-lhes: «Retirai-vos, porque a menina não morreu; está a dormir». Riram-se dele. Mas, quando mandou sair a multidão, Jesus entrou, tomou a menina pela mão e ela levantou-se. E a notícia divulgou-se por toda aquela terra. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Beato Charles de Foucauld
(1858-1916) 
Eremita e missionário no Saara 
Retiro feito em Nazaré 1897 
«A tua fé te salvou» 
A fé é o que faz com que acreditemos do fundo da alma [...] em todas as verdades que a religião nos ensina: no conteúdo da Sagrada Escritura e em todos os ensinamentos do Evangelho, enfim, em tudo o que nos é proposto pela Igreja. O justo vive realmente desta fé (Rom 1,17) porque, para ele, a fé substitui a maior parte dos sentidos. Ela transforma todas as coisas, de modo que os sentidos antigos já pouco podem servir à alma: por eles, a alma apenas percebe aparências enganadoras, enquanto a fé lhe mostra a realidade. O olho mostra-lhe um homem pobre; a fé mostra-lhe Jesus (cf Mt 25,40). O ouvido fá-lo ouvir injúrias e perseguições; a fé canta-lhe: «Alegrai-vos e rejubilai de alegria» (cf Mt 5,12). O tato faz-nos sentir o apedrejamento recebido; a fé diz-nos: «Sentiram grande alegria por terem sido considerados dignos de sofrer alguma coisa pelo nome de Cristo» (cf At 5,41). O olfato faz-nos sentir o incenso; a fé diz-nos que o verdadeiro incenso «são as orações dos santos» (Ap 8,4). Os sentidos seduzem-nos pela beleza criada; a fé pensa na beleza incriada e compadece-se de todas as criaturas, que são um nada e uma poeira ao lado dessa beleza. Os sentidos têm horror à dor; a fé bendi-la como a coroa do matrimónio que a une ao seu Bem-amado, a caminhada com o Esposo, a mão na sua mão divina. Os sentidos revoltam-se contra a injúria; a fé abençoa-a -- «Abençoai os que vos maldizem» (Lc 6,28) -- [...], achando-a doce, porque significa partilhar o destino de Jesus. [...] Os sentidos são curiosos; a fé nada quer conhecer: anseia por ser sepultada e quereria passar toda a sua vida imóvel ao pé do tabernáculo.

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