quarta-feira, 4 de março de 2020

EVANGELHO DO DIA 4 DE MARÇO

Evangelho segundo São Lucas 11,29-32. 
Naquele tempo, aglomerava-se uma grande multidão à volta de Jesus e Ele começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa: pede um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal de Jonas. Assim como Jonas foi um sinal para os habitantes de Nínive, assim o será também o Filho do homem para esta geração. No juízo final, a rainha do sul levantar-se-á com os homens desta geração e há de condená-los, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão. No juízo final, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e hão de condená-la, porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas; e aqui está quem é maior do que Jonas». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Rafael Arnaiz Barón
(1911-1938)
monge trapista espanhol 
Escritos Espirituais, 1936/12/14 
«Assim como Jonas esteve 
no ventre do monstro marinho 
três dias e três noites, assim 
o Filho do Homem estará 
no seio da terra 
três dias e três noites» (Mt 12,40) 
Para se consagrar a uma arte, para aprofundar uma ciência, o espírito precisa de solidão e de isolamento, tem necessidade de recolhimento e silêncio. Mas para a alma enamorada de Deus, para a alma que não vê nenhuma outra arte ou ciência que não seja a vida de Jesus, para a alma que encontrou o tesouro escondido na terra (Mt 13,44), não basta o silêncio nem o recolhimento na solidão. Ela tem necessidade de se esconder de tudo, precisa de estar oculta com Cristo, de encontrar um recanto da Terra onde não cheguem os olhos profanos do mundo e aí permanecer sozinha com Deus. O segredo do rei (Tb 12,7) deteriora-se e perde o brilho quando se revela; e este segredo do rei deve ser escondido para que ninguém o veja. Este segredo que muitos julgam ser feito de comunicações divinas e de consolações sobrenaturais; este segredo do rei, que invejamos aos santos, reduz-se muitas vezes à cruz. Não escondamos a luz debaixo do alqueire, diz Jesus (Mt 5,15). [...] Proclamemos a nossa fé aos quatro ventos, enchamos o mundo com gritos de entusiasmo por um Deus tão bom, não nos cansemos de pregar o Evangelho e de dizer a todos quantos querem ouvir-nos que Cristo morreu amando, pregado no madeiro, que morreu por mim, por ti, por todos. Se O amamos verdadeiramente, não O escondamos, não ponhamos debaixo do alqueire a luz que pode iluminar os outros. Pelo contrário, Jesus bendito, transportemos por dentro, e sem que ninguém saiba, este segredo divino, este segredo que Tu confias às almas que mais Te amam, esta partícula da tua cruz, da tua sede, dos teus espinhos. Escondamos no canto mais recôndito da Terra as nossas lágrimas, as nossas dores e as nossas mágoas, não enchamos o mundo de tristes gemidos, nem atinjamos ninguém com as nossas aflições. [...] Escondamo-nos com Cristo para O deixarmos participar, só a Ele, naquilo que, vendo bem, Lhe pertence: o segredo da cruz. Aprendamos de uma vez por todas, meditando na sua vida, na sua Paixão e na sua morte, que não há outro caminho para chegarmos até Ele senão o caminho da sua santa cruz.

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