Evangelho segundo São Marcos 3,1-6.
Jesus entrou de novo na sinagoga, onde estava um homem com uma das mãos atrofiada.
Os fariseus observavam Jesus para verem se Ele ia curá-lo ao sábado e poderem assim acusá-lo.
Jesus disse ao homem que tinha a mão atrofiada: «Levanta-te e vem aqui para o meio».
Depois perguntou-lhes: «Será permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou tirá-la?». Mas eles ficaram calados.
Então, olhando-os com indignação e entristecido com a dureza dos seus corações, disse ao homem: «Estende a mão». Ele estendeu-a e a mão ficou curada.
Os fariseus, porém, logo que saíram dali, reuniram-se com os herodianos para deliberarem como haviam de acabar com Ele.
Tradução litúrgica da Bíblia
Melitão de Sardes(195)bispo
Homilia pascal, 71-73
«Olhando-os [...] entristecido
com a dureza dos seus corações»
Ele é o cordeiro sem voz, o cordeiro degolado, Ele que nasceu de Maria, a graciosa ovelhinha. Ele é Aquele que foi tirado de seu rebanho para ser levado à morte, que foi morto ao cair da noite, que foi de noite amortalhado [...], para ressuscitar de entre os mortos e para ressuscitar cada homem do fundo do seu túmulo.
Foi portanto levado à morte. E levado à morte onde? No coração de Jerusalém. Porquê? Porque tinha curado os coxos, purificado os leprosos, dado a ver a luz aos cegos e ressuscitado os mortos (Lc 7,22). Foi por isso que Ele sofreu. Está escrito na Lei e nos profetas: «Os que pagam o bem com o mal perseguem-me, porque procuro fazer o bem. E eu, como manso cordeiro conduzido ao matadouro, ignorei as maquinações contra mim» (Sl 37,21; cf Jer 11,19).
Porque cometeste este crime inominável? Desonraste Aquele que te tinha honrado, humilhaste Aquele que te tinha exaltado, renegaste Aquele que te tinha reconhecido, rejeitaste Aquele que te tinha chamado, mataste Aquele que te vivificava [...]. Era preciso que Ele sofresse, mas não por tua intervenção. Era preciso que Ele fosse humilhado, mas sem que fosses tu a fazê-lo. Era preciso que Ele fosse julgado, mas não por ti. Era preciso que Ele fosse crucificado, mas não por tuas mãos. Eis as palavras que deverias ter gritado a Deus: «Senhor, se é preciso que teu Filho sofra, se é essa a tua vontade, que Ele sofra, mas não por minha intervenção».
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