quarta-feira, 6 de março de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Quarta-Feira de Cinzas”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
1687. Um caminho espiritual 
Com a festa da Páscoa estabelecemos o calendário celebrativo da Igreja. No primeiro domingo da lua cheia de outono, temos a Vigília Pascal que é a mãe e origem de todas as vigílias e celebrações. Como na Vigília Pascal celebramos a Ressurreição do Senhor, celebramos os sacramentos da Iniciação Cristã para os que serão batizados e para todos a participação intensa no Mistério Pascal de Cristo. Para chegarmos à Páscoa, temos o caminho da Quaresma iniciado com a Celebração da imposição das cinzas. Iniciamos um caminho santo no qual ouviremos a abundante Palavra de Deus e procuraremos uma conversão do coração. No espírito de jejum, não nos fixaremos só em diminuir a comida, mas aprofundar a fome que precisamos ter de Deus. Durante seu tempo de deserto Jesus sentiu fome. Como não vivemos num deserto e temos abundante comida, é momento de viver a fome de Deus. É um tempo de deserto para procurarmos o alimento que sacia, dado por Jesus (Jo 6,27). É tempo de viver intensamente a graça do batismo que celebraremos na memória pascal. Tudo isso nos trará profunda alegria que nasce do encontro com Cristo sofredor e ressuscitado no seio da comunidade, nos ritos sagrados. Caminho é caminho quando feito. O próprio caminho quaresmal conduz o caminhante. Por isso Paulo insiste na conversão e diz que esse é o tempo favorável: “É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (2Cor 6,2). Os males não são feitos somente pelos outros. Temos nossa parte e nossa conversão nos ajudará a melhorar o mundo. O profeta Joel convoca todo o povo para pedir perdão (Jl 2,12-18). Esse pedido de perdão parte de nosso coração arrependido e reconciliado (Sl 50). 
1688. Vivência quaresmal 
Como esse tempo será favorável? Jesus ensina como devem ser nossa esmola, nossa oração e nosso jejum. Estas ações são os remédios caseiros que curam os males que o pecado produz em nós, como veremos nas tentações de Jesus. Em seu ensinamento, nosso Mestre diz que o jejum, a oração e a esmola devem ser verdadeiros, isto é, devem ser realizados no coração e não só exteriormente como faziam os fariseus que faziam coisas boas, mas para se mostrar. A conversão deve acontecer no coração, por isso, a oração, o jejum e a esmola não são para desfilar, mas para Deus ver. E Deus vê o que está oculto. E nos recompensará aceitando nossa conversão. Na Quaresma é bom assumir uma penitência que nos ajude a melhorar. Não arranjar o que incomoda, mas o que nos desacomode. Assim vamos nos corrigindo: “Pela penitência da Quaresma corrigis nossos vícios, elevais nossos sentimentos e fortificais o espírito fraterno” (Prefácio). Rezamos também: “Que a penitência nos fortaleça no combate contra o espírito do mal” (oração). 
1689.Caminhos novos 
Sabemos que na vida da sociedade, da Quaresma só sobraram o carnaval e os feriados da Semana Santa. Mesmo que eu não possa fazer todos os exercícios propostos há um que é possível de ser realizado sempre: a caridade. Essa é a virtude mais cara ao tempo em que vivemos. Jesus saiu de Si e se entregou ao Pai por nós. Quando saímos de nós, nos entregamos ao Pai e recebemos de Jesus a força da Ressurreição. A graça da Páscoa não vem só das celebrações como um rito mágico, mas sai da magia do amor com que nos dedicamos aos outros. Por isso abrimos a celebração do Tríduo Pascal com o mandamento do amor. “Como eu vos fiz, deveis também fazer uns aos outros”

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