sexta-feira, 8 de março de 2019

EVANGELHO DO DIA 8 DE MARÇO

Evangelho segundo São Mateus 9,14-15. 
Naquele tempo, os discípulos de João Batista foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe: «Por que motivo nós e os fariseus jejuamos e os teus discípulos não jejuam?». Jesus respondeu-lhes: «Podem os companheiros do esposo ficar de luto, enquanto o esposo estiver com eles? Dias virão em que o esposo lhes será tirado: nesses dias jejuarão.
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João Paulo II (1920-2005) papa 
Angelus de 10 de março de 1996 
«Nesses dias jejuarão» 
Entre as práticas penitenciais que a Igreja nos propõe, sobretudo neste tempo de Quaresma, encontra-se o jejum. Ele comporta uma sobriedade especial em relação aos alimentos, salvaguardando as necessidades do nosso organismo. Trata-se de uma forma tradicional de penitência, que não perdeu nada do seu significado e que talvez se deva mesmo redescobrir, especialmente naquelas partes do mundo e naqueles meios onde, não só o alimento abunda, mas se encontram por vezes doenças devidas à sobrealimentação. O jejum penitencial é evidentemente muito diferente dos regimes alimentares terapêuticos. Mas, à sua maneira, pode ver-se nele como que uma terapia da alma. Com efeito, praticado em sinal de conversão, facilita o esforço interior para nos pormos à escuta de Deus. Jejuar é reafirmar a si mesmo o que Jesus replicou a Satanás que O tentava após quarenta dias de jejum no deserto: «Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus» (Mt 4,4). Hoje, especialmente nas sociedades de bem-estar, há dificuldade em compreender o sentido desta palavra evangélica. A sociedade de consumo, em vez de solucionar as nossas necessidades, cria necessidades sempre novas, gerando mesmo um ativismo desmesurado. [...] Entre outras significações, o jejum penitencial tem precisamente por objetivo ajudar-nos a reencontrar a interioridade. O esforço de moderação nos alimentos estende-se a outras coisas, estas não necessárias, e traz um grande auxílio à vida do espírito. Sobriedade, recolhimento e oração caminham lado a lado. Pode fazer-se uma oportuna aplicação deste princípio no que toca ao uso dos meios de comunicação de massa. Eles têm uma utilidade indiscutível, mas não devem tornar-se os «senhores» da nossa vida. Em quantas famílias a televisão parece substituir, mais do que facilitar, o diálogo entre as pessoas! Um certo «jejum», também neste domínio, pode ser salutar, quer para consagrar mais tempo à reflexão e à oração, quer para cultivar as relações humanas.

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