Evangelho segundo São Mateus 6,7-15.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando orardes, não digais muitas palavras, como os pagãos, porque pensam que serão atendidos por falarem muito.
Não sejais como eles, porque o vosso Pai bem sabe do que precisais, antes de vós Lho pedirdes.
Orai assim: ‘Pai nosso, que estais nos Céus, santificado seja o vosso nome;
venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade assim na terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido;
e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal’.
Porque se perdoardes aos homens as suas faltas, também o vosso Pai celeste vos perdoará.
Mas se não perdoardes aos homens, também o vosso Pai não vos perdoará as vossas faltas».
Tradução litúrgica da Bíblia
São Leão Magno(?-c. 461)
papa,
doutor da Igreja
Sermão 48, 2-5; PL 54, 299-300
«Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido»
Aqueles que desejam acolher a Páscoa do Senhor com santidade de espírito e de corpo devem esforçar-se, antes de mais, por adquirir a graça que contém a soma das virtudes e «cobre a multidão dos pecados» (1Pe 4,8). Assim, pois, para celebrarmos o maior de todos os mistérios, que é o mistério do sangue de Jesus Cristo que apagou as nossas iniquidades, preparemos antes de mais o sacrifício da misericórdia.
Aquilo que a bondade de Deus nos deu, dá-lo-emos também nós àqueles que nos ofenderam. Lancemos as injúrias no esquecimento, ignoremos as torturas, libertemos todas as faltas do temor da vingança! Que ninguém fique retido nas penitenciárias! [...] Se alguém detém tais prisioneiros [...], saiba que ele próprio é pecador e, para receber o perdão, rejubile por ter encontrado a quem perdoar. Assim, quando dissermos, segundo os ensinamentos do Senhor, «perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido», não duvidaremos, ao formular tal oração, de que receberemos o perdão do Senhor.
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