domingo, 10 de março de 2019

EVANGELHO DO DIA 10 DE MARÇO

Evangelho segundo São Lucas 4,1-13. 
Naquele tempo, Jesus, cheio do Espírito Santo, retirou-Se das margens do Jordão. Durante quarenta dias, esteve no deserto, conduzido pelo Espírito, e foi tentado pelo Diabo. Nesses dias não comeu nada e, passado esse tempo, sentiu fome. O Diabo disse-lhe: «Se és Filho de Deus, manda a esta pedra que se transforme em pão». Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: ‘Nem só de pão vive o homem’». O Diabo levou-O a um lugar alto e mostrou-Lhe num instante todos os reinos da terra e disse-Lhe: «Eu Te darei todo este poder e a glória destes reinos, porque me foram confiados e os dou a quem eu quiser. Se Te prostrares diante de mim, tudo será teu». Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: ‘Ao Senhor teu Deus adorarás, só a Ele prestarás culto’». Então o Diabo levou-O a Jerusalém, colocou-O sobre o pináculo do templo e disse-Lhe: «Se és Filho de Deus, atira-Te daqui abaixo, porque está escrito: ‘Ele dará ordens aos seus Anjos a teu respeito, para que Te guardem’; e ainda: ‘Na palma das mãos te levarão, para que não tropeces em alguma pedra’». Jesus respondeu-lhe: «Está mandado: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’». Então o Diabo, tendo terminado toda a espécie de tentação, retirou-se da presença de Jesus, até certo tempo. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Gregório Magno (c. 540-604) 
papa, doutor da Igreja 
Catequeses sobre o Evangelho, nº 16 
«Assim como, pela desobediência de um só, muitos se tornaram pecadores, assim também, pela obediência de um só, muitos se tornaram justos» (Rom 5,19) 
O demónio atacou o primeiro homem, nosso pai, com uma tripla tentação: tentou-o pela gula, pela vaidade e pela avidez; esta tentativa de sedução resultou, pois o homem, ao dar o seu consentimento, ficou submetido ao demónio. Tentou-o pela gula, mostrando-lhe na árvore o fruto proibido e convidando-o a comê-lo; tentou-o pela vaidade, dizendo-lhe: «Sereis como deuses»; tentou-o enfim pela avidez, ao dizer-lhe: «Conhecereis o bem e o mal» (Gn 3,5). Porque ser ávido não é apenas desejar o dinheiro, mas também qualquer situação vantajosa; é desejar qualquer situação elevada para além do razoável. [...] O demónio foi vencido por Cristo, que O tentou de um modo semelhante àquele pelo qual tinha vencido o primeiro homem. Como da primeira vez, tentou-O pela gula: «Ordena a estas pedras que se transformem em pães»; pela vaidade: «Se és o Filho de Deus, lança-Te daqui abaixo»; e pelo desejo intenso de uma situação confortável, mostrando-Lhe todos os reinos do mundo e dizendo-Lhe: «Dar-Te-ei tudo isto se, prostrado a meus pés, me adorares». [...] Notemos o seguinte no episódio das tentações do Senhor: tentado pelo demónio, Ele ripostou com textos da Sagrada Escritura. Poderia ter lançado o seu tentador no abismo; mas não recorreu ao seu infinito poder, limitando-Se a pôr em primeiro lugar os preceitos da Sagrada Escritura. Deste modo, mostrou-nos como podemos suportar as provas, para que, quando os maus nos fazem sofrer, recorramos à boa doutrina e não à vingança. Comparai a paciência de Deus com a nossa impaciência: nós, quando recebemos injúrias ou sofremos uma ofensa, na nossa fúria, vingamo-nos ou ameaçamos fazê-lo; o Senhor, pelo contrário, suporta os ataques do demónio e responde-lhe com palavras de paz.

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