PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA-REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
Depois de termos refletido sobre as
bem-aventuranças, guiados pelo Papa Francisco, continuamos aprendendo seu
ensinamento sobre a santidade. Ele o faz em sua exortação apostólica Gaudete et Exultate (Alegrai-vos e exultai).
É bom notar que difere muito de certas tradições de vida espiritual baseadas
mais em reflexões, às vezes sem o fundamento no Evangelho. Para saber se é
evangélico, basta ter o amor como conteúdo. É o que nos diz S. João em sua
primeira carta. No texto que vamos refletir, retomamos a bem-aventurança da
misericórdia, como nos esclarece o capítulo 25 de Mateus sobre o julgamento
final. Diz o Papa: “Se andamos a procura da santidade que agrada a Deus, neste texto
encontramos precisamente uma regra de comportamento com base na qual seremos
julgados: “Tive fome e destes-Me de comer, tive sede e destes-Me de beber, era
peregrino e recolhestes-Me, estava nu e vestistes-Me, adoeci e visitastes-Me,
estive na prisão e fostes ter comigo” (Mt 25,35-36) (GE 95). Notemos que aqui
estão os graves problemas do mundo. Podemos ver por trás destas palavras também
a figura de Jesus com seu modo de agradar o Pai. É como Ele vivia sua santidade.
É Cristo no rosto daquele com os quais quis Se identificar”. “Neste apelo a
reconhecê-Lo nos pobres e atribulados, revela-se o próprio coração de Cristo,
os seus sentimentos e as suas opções mais profundas, com os quais se procura
configurar todo o santo” (GE 96). Estudando a história da
espiritualidade, não é o que vemos em tantas épocas. Pior é que ainda exercem
influência sobre as pessoas.
“O texto de Mateus 25,35-36 “não é um mero convite à caridade, mas
uma página de cristologia que projeta um feixe de luz sobre o mistério de
Cristo” (GE 96). O Papa Francisco continua firme
dizendo que esse ensinamento do Evangelho deve ser entendido com clareza e sem
desculpas que tirem sua força. Aliás, temos que reconhecer que, infelizmente, o
Evangelho não é o fundamento de vida para tantos cristãos. Vejamos a beleza do
ensinamento: “O Senhor deixou-nos bem claro que a santidade não se pode
compreender nem viver prescindindo destas suas exigências, porque a
misericórdia é o “coração pulsante do Evangelho” (GE 97). Se as situações tristes do mundo não me tocam,
estou realmente muito mal. Mesmo que eu não tenha solução, sou parte da
solução. Algo posso fazer. O que destrói nossa fé é a falta de compromisso,
como Jesus fazia. Fé que não toca o coração, não tem direito a esse nome. Não
adiantam belas palavras e reflexões. Precisamos buscar soluções. Se buscarmos
podemos não achar, mas se não buscamos, não achamos mesmo. O mínimo que fazemos
pode ser o início. Há tantos meios de fazer alguma coisa. Não será por isso que
nossa Igreja tem enfraquecido? Tanto clero como povo, não tomam atitudes.
2144. Contemplação em Cristo
Só conhecendo bem Jesus,
contemplando sua vida e ação, podemos ver o mundo com seus olhos de
misericórdia. Mesmo que não saiba o que fazer, “posso reagir a partir da fé e da
caridade e reconhecer no sofredor um ser humano com a mesma dignidade que eu,
uma criatura infinitamente amada pelo Pai, uma imagem de Deus, um irmão
redimido por Jesus Cristo. Isto é ser cristão!” (GE 98). Não é possível entender a santidade de outro modo. O ser humano é
caminho para realizar a santidade esperada por Deus. Não se diz isso por conta
de socialismo. É o próprio Jesus quem diz: “Toda vez o que fizestes a um desses
meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25,25,40). Ser santo é fazer como Jesus fazia. “Andar como Ele andou” diz S. João
(1Jo 2,6).
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