quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

EVANGELHO DO DIA 9 DE JANEIRO

Evangelho segundo São Marcos 6,45-52. 
Depois de ter matado a fome a cinco mil homens, Jesus obrigou logo os seus discípulos a subirem para o barco e a irem à frente, para o outro lado, rumo a Betsaida, enquanto Ele próprio despedia a multidão. Depois de os ter despedido, foi orar para o monte. Era já noite, o barco estava no meio do mar e Ele sozinho em terra. Vendo-os cansados de remar, porque o vento lhes era contrário, foi ter com eles de madrugada, andando sobre o mar; e fez menção de passar adiante. Mas, vendo-O andar sobre o mar, julgaram que fosse um fantasma e começaram a gritar, pois todos O viram e se assustaram. Mas Ele logo lhes falou: «Tranquilizai-vos, sou Eu: não temais!» A seguir, subiu para o barco, para junto deles, e o vento amainou. E sentiram um enorme espanto, pois ainda não tinham entendido o que se dera com os pães: tinham o coração endurecido. Tradução litúrgica da Bíblia 
São Bernardo (1091-1153) 
monge cisterciense, doutor da Igreja 
1.º Sermão para a Epifania 
«Foi ter com eles de madrugada» 
Eis que se manifesta «a bondade de Deus, nosso Salvador e o seu amor para com os homens» (Tt 3,4). Demos graças a Deus, que nos dá a sua consolação em abundância neste nosso estado de peregrinos, neste exílio, nesta miséria aqui na Terra. […] Antes de surgir a sua humanidade, a sua bondade também estava escondida. Claro que já existia anteriormente, porque «o amor do Senhor é eterno» (Sl 103,17). Mas como podíamos nós saber que era tão grande? A sua bondade era objeto de uma promessa e não duma experiência. Por isso, muitos não acreditavam. […] Mas agora os homens podem acreditar no que veem, pois «é digna de fé esta palavra»; e, para que não fique oculta a ninguém, «Deus fez, lá no alto, uma tenda para o Sol» (Sl 93,5; 19,5). Agora, a paz já não é prometida, mas enviada, já não é adiada para mais tarde, mas dada, já não é profetizada, mas proposta. Deus enviou à Terra o tesouro da sua misericórdia, esse tesouro que haveria de ser aberto pela Paixão, para espalhar o preço da nossa Salvação que nele estava escondido. […] Pois, embora nos tenha sido dado apenas um Menino (cf Is 9,5), «é nele que habita realmente toda a plenitude da divindade» (Col 2,9). Na plenitude dos tempos, Ele veio na carne para ser visível aos nossos olhos de carne e para que, vendo a sua humanidade e a sua benevolência, reconhecêssemos a sua bondade. […] Haverá coisa que prove melhor a sua misericórdia do que ver que Ele tomou a nossa miséria? «Senhor, que é o homem para cuidardes dele e o filho do homem para dele vos ocupardes?» (Sl 144,3; Job 7,17).

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