sábado, 17 de novembro de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “O Reino é de Deus”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
REDENTORISTA
O Reino cresce
            Só Deus conhece como é seu Reino anunciado e tornado presente entre nós por Jesus. Vivemos este Reino e o anunciamos. Como Igreja, o temos entre nós. Ela não esgota o Reino e deve sempre crescer no seu acolhimento e fazer o melhor de si para anunciá-lo e mostrar onde já age de modo misterioso. Não sabemos como cresce a semente, do mesmo não sabemos como ele cresce. Podemos ficar despreocupados, pois como a semente, o Reino de Deus presente no mundo, tem um dinamismo de crescimento que escapa de nosso controle. Deus não está sujeito aos nossos esquemas e estruturas. Estes são nossa colaboração. Deus não quer fazer o Reino crescer sem nossa participação. Não depende de nós. Não sabemos também qual a potência que possui, pois ele pertence a Deus que o rege.  Não entendemos como uma sementinha, que não passa de um pozinho, possa ter uma energia de vida que produza árvores imensas. Sabemos que cresce, mas onde está essa força? Corremos risco de colocar empecilhos a Deus tendo como divinos, nossos esquemas e estruturas. Ser Igreja não significa ser dono de Deus e de seus dons. Quem vive o Reino está unido a Cristo, tem a vida eterna e sempre dará fruto. O Reino cresce em quem acolhe seu dinamismo de crescimento. Cada um a seu modo se desenvolve na vida do Reino. Acolher é praticar o mandamento de crer em Jesus e amar o próximo (1Jo 3,22). Não podemos perder a esperança nos sofrimentos e fracassos, pois Deus sempre sabe transportar-nos e colocar-nos como uma muda de planta em um lugar onde cresça e frutifique, como narra o profeta Ezequiel ao se dirigir aos judeus prisioneiros na Babilônia que não acreditavam na mudança da situação do povo (Ez 17,22-24).
Força silenciosa do Reino
            A força silenciosa do Reino que cresce sem fazer barulho, provoca nos fiéis a capacidade de fazer o bem durante a vida, pois vamos comparecer diante do tribunal de Deus (2Cor 5,10). O tribunal nós o instalamos quando ouvimos a palavra e a pomos em prática (Jo 12,48). A recompensa é a capacidade de viver com maior intensidade a Vida Nova do Reino de Deus. Voltamos à parábola da semente que cresce no silêncio e não sabemos como. Do mesmo modo cresce a Igreja diante dos inúmeros desafios que lhe são colocados. Por mais que ela possa parecer fracassar, há sempre um dinamismo do Reino que a faz levantar das próprias fragilidades e dar passos largos na sua missão. É o que temos visto nas mudanças que aconteceram recentemente na Igreja. Como entender que alguém comece a crer e crescer na vivencia da fé? Quando somos fracos é que somos fortes, pois quem age em nós é a força de Cristo (2Cor 12,10).
Catequese de Jesus
            Jesus fazia seu ensinamento com palavras simples que o povo entendia.  Com as parábolas da semente ensina a caminhar na fé e não na visão clara (2Cor 5,7). O Reino anunciado e tornado presente por Jesus tem como principal anunciador o testemunho de unidade da Igreja realizada pela Eucaristia. Assim rezamos: “Ó Deus, a comunhão na Eucaristia prefigura a união dos fiéis em vosso amor. Fazei que realize também a comunhão na vossa Igreja” (Pós-Comunhão). Esta unidade é a força anunciadora do Reino e de seu crescimento silencioso. Por pequena que seja, sua força é o Senhor. Jesus anunciava por palavras e demonstrava por sua vida o ensinamento que dava. Ele é a sementinha que plantada deu muito fruto. Foi silencioso em sua Encarnação e sua Paixão. Assim cresceu.
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