sábado, 4 de agosto de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Palavra rezada”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
1472. Coração com coração
A oração é um modo privilegiado de entrar em relacionamento com o Ser Superior. Aliás, não há outro meio ao nosso alcance. Este Ser é sempre o Deus que se revelou, mesmo se O chamarmos com nomes diferentes. Deus não é um ser humano e para se relacionar conosco assumiu as condições humanas. A oração é a linguagem desse relacionamento entre o humano e o Divino, como vemos em Jesus. Tudo que era e fazia estava na perfeita conjunção de sua natureza Divina e Humana. Em Jesus encontramos a possibilidade e a certeza de podermos entrar em contato com o Pai pela oração, pois o coração humano de Jesus está em perfeita união com seu ser Divino. Rezamos sempre: “Por Cristo, em Cristo e com Cristo, a Vós Deus Pai onipotente, toda honra e toda glória”!. Em última análise, a oração faz parte da Palavra de Deus, pois quem reza em nós é o Espírito Santo (Rm 8,26), o mesmo que inspirou o escritor sagrado. A Palavra de Deus viva anima a Palavra escrita. O que rezamos já está presente nas Sagradas Escrituras, não exatamente em palavras, mas no conteúdo.  S. Agostinho nos ensina esta união: “De tal maneira Ele incorpora a si toda a comunidade humana que existe íntima relação entre a oração de Cristo e a oração de todo gênero humano”. E também: “Assim, quando na oração falamos a Deus não separemos Dele o Filho. Quando o corpo do Filho (o povo de Deus) está orando não separe de si sua cabeça. O mesmo e único Salvador do seu Corpo, o Filho de Deus, ore também por nós, ore em nós e nós oramos a Ele. Ela reza por nós como nosso sacerdote, reza em nós como nossa cabeça e nós rezamos a Ele como nosso Deus. Reconheçamos, pois, nele a nossa voz, e sua voz em nós”.
1473. Rezando com a Palavra
Podemos rezar com a Escritura, especialmente os salmos. Não é tão fácil para quem não está acostumado com a Palavra de Deus. Por que os salmos têm tanto valor? Os livros antigos de piedade já desapareceram e os salmos permanecem vivos. Primeiramente porque são Palavra de Deus. Além disso, os salmos não nasceram de alguém escreveu uma oração e leu. Os salmos nasceram no seio da comunidade que, no templo fazia suas orações, nascidas de uma necessidade, seja louvor ou súplica ou sapiencial. Como nasceu do coração e da vida traz o que há no coração humano. De humano todos entendemos. Os salmos passam todas as camadas dos sentimentos humanos. E possuem uma função de equilibrar as pessoas em seus sentimentos, pois quem está triste pode rezar um salmo de jubilo e quem está alegre pode rezar junto com um que está triste. Estamos unidos aos outros e equilibramos o coração. São um remédio para a vida.
1474. Rezar a Palavra
A Palavra, por ser de Deus, é sempre um meio eficiente para a oração. Tanto rezando os textos, como vimos, como rezando a partir do texto sagrado. É o momento de ouvir e acolher a Palavra que é dirigida a nós hoje. A Palavra está sempre viva. Não queremos dizer que cada um é dono da interpretação, mas todos podemos recolher o que nos diz. Por isso é necessária a leitura permanente e a meditação desta Palavra para colocá-la no hoje de nossa vida. Devemos ler a Palavra no contexto em que foi escrita, isto é, no meio do povo, entre os necessitados e sofredores. Ela é sempre um grito a Deus dentro do mundo em que vivemos. A Igreja sempre foi mais santa quando viveu mais a Palavra de Deus. Lida e vivida torna-se um caminho para a oração.
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