Deus acolhe os humildes. A humildade promove o ser humano a ser sempre mais dono de si, reconhecer suas qualidades e ser capaz de sair de si para acolher o outro. A vaidade, o orgulho e o poder não o dominam. O humilde Jesus foi assim. O fato de dizer que entrou em Jerusalém montado num jumento e não no cavalo do poderoso militar ou rei, mostrou sua verdadeira realeza, a humildade. O profeta Zacarias anunciou um Messias humilde que diferia das expectativas de então. Viveu a vida do povo sofrido e humilde. Jesus se alegra porque os humildes acolhem o Evangelho. Por isso podem receber a revelação do Pai. Neles há lugar para Deus. São capazes de suportar o jugo e o peso da carga. Jugo era o que se colocava sobre o animal para segurar a carga. O jugo que Jesus coloca sobre nós é suave e o peso da carga é leve. Jesus não aceita o orgulho que é diabólico e quer se colocar no lugar de Deus. Os discípulos são os primeiros pequeninos que acolhem sua palavra. A doutrina de Jesus não tem nada de pesado e impossível de ser suportado. Quem não entende de amor? As conseqüências do amor podem nos levar a situações difíceis e até a morte. Foi o que ocorreu com Ele. Mas não é um peso. Não se trata de permitir o erro e amolecer a fé, a moral ou a doutrina. Trata-se de encaminhar para a plenitude da vida. O rico poderoso não tem nada. Só tem dinheiro. Jesus é manso e não aceita a violência. A humildade e a mansidão são capazes de modificar a estrutura da humanidade e implantar o Reino. A guerra sempre existiu na história. Quando não havia guerra, preparava-se para ela. Houve algum resultado bom? Morte, lágrima e dor são a constante. Por que não optamos pelo Reino de Deus? Já se tentou?
Viver segundo o Espírito
O salmo nos mostra o jeito de Deus e como Jesus realiza em sua vida o modo de ser de seu Pai: “Misericórdia e piedade é o Senhor, Ele é amor, é paciência, é compaixão. O Senhor é bom para com todos; sua ternura abraça toda a criatura” (Sl 144, 8-9). São Paulo nos ensina que não devemos viver segundo a carne, mas segundo o Espírito. E afirma: “Se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo!”. Em outro lugar enumera as obras da carne: “Impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, rixas, ciúmes, iras, discussões, discórdias, divisões, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas”. Nós as conhecemos bem em nosso dia a dia. São coisas que têm conseqüências graves e prejudicam as pessoas. Paulo mostra também as obras do Espírito: “O fruto do Espírito é amor, alegria, paz, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão autodomínio” (Gl 5,16-24). Não são teorias que fazemos sobre o Reino de Deus. É sua realidade. O Reino de Deus se vive na humildade. Por que não se fazer pequeno e acolher a revelação aos humildes?
Mudando o modelo
A Igreja, em tantos de seus membros, se deixa levar pelas obras da carne. Muitas vezes tem uma estrutura que deixa fora os humildes, tornando-os ainda mais humilhados. Não se trata de dispensar os mandamentos, os princípios e as pessoas formadas e de poder, mas ter as preferências pelos amados de Jesus. Não se desprezam os bons e fortes. A meta é colocar todos a serviço dos humilhados. A agressividade que encontramos em muitos ambientes da Igreja e da sociedade não passa de uma doença espiritual. São fracos e frágeis. O Papa Francisco tem apresentado o modelo da humildade e da simplicidade. Infelizmente a contra-gosto de muitos. É triste ver como o Evangelho é colocado de lado.
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