sábado, 14 de abril de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “E a Palavra se fez carne”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA-50 ANOS CONSAGRADO
1357. Uma grande alegria
Como é fascinante esse tempo de festas natalinas! Luzes e enfeites enchem nossos olhos. Por mais que se diga que virou comércio, ainda podemos sentir o encanto do Natal. É maravilhoso contemplar todas as belezas que Deus concedeu aos humanos. Nosso universo passou por momentos estupendos de transformação. Nossa civilização (se for este o nome) também vivenciou descobertas que nos deram uma vida melhor. Tantas ainda que nem percebemos. Contudo, houve um momento, numa noite fria, num campo de pastores que eram os últimos da sociedade, ouviu-se: “Eis que vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo: Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o Cristo – Senhor” (Lc 2,10-11). Mesmo que houvesse os meios de comunicação que possuímos, não seria notícia (como o nascimento do 3º na linha da sucessão do trono da Inglaterra). Contudo é o maior acontecimento de todos os tempos. Mesmo que não tenhamos fé, o acontecimento permanece como a maior mudança do Universo. Agora temos a grande novidade: Deus Conosco – Emanuel. Não captamos bem o que significa Deus vir morar entre nós e dar-nos a participação de Sua Vida em Seu Filho que nasce como criatura humana, sem deixar de ser Deus. Jesus se faz singelo e simples para podermos ter força para acolher a grande novidade. O Natal que celebramos nasce desta fraternidade que Jesus teve para conosco. Recebemos a oportunidade de participar da divindade, como Ele recebeu nossa humanidade. A História foi penetrada pela divindade. A presença dos Anjos cantando diante dos pastores, mais que um espetáculo, é a proclamação que este acontecimento interessa a Céus e Terra. Quanto mais contemplamos o mistério do nascimento do Filho de Deus, mais nos sentimos amados por Aquele que nos amou primeiro e enviou seu Filho.
1358. Contemplar e amar
            A dimensão festiva do Natal não pode deixar o coração sem sua festa. O Verbo ver aparece diversas vezes nas narrativas deste período. Seu sentido não é somente ver com os olhos, mas olhar com o coração. Os pastores disseram: “Vamos a Belém, e vejamos o que aconteceu, o que o Senhor nos deu a conhecer... Vendo-O contaram o que lhes fora dito a respeito do Menino... Maria conservava todos esses acontecimentos e os meditava em seu coração. Os pastores voltaram alegres, glorificando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido” ((Lc 2,15-20). Ver para acolher, ouvir para contemplar. Fazemos assim a experiência do Deus feito Homem na forma de uma criança. Se isso não nos toca o coração, perdemos o sentido da vida. Não basta fazer e saber muitas coisas. É preciso conhecer Deus. O Universo tomou novo sentido. Nossa vida só será completa se desenvolvermos a humanidade e a divindade que habitam em nós.
1359. Nascimento de Jesus, um caminho.
            O nascimento de Jesus em Belém numa cocheira, deitado num cocho, fora de sua casa, não é somente um dado histórico, mas é um caminho para todos. Certamente para Deus o ouro vale tanto quanto a palha. Todo lugar para ele é um bom lugar. Para nós é um aprendizado para viver na simplicidade, valorizando as pessoas humildes e sendo felizes em qualquer circunstância. O desapego total de Jesus acontece porque está totalmente repleto de si mesmo, sendo humano e divino. É um convite a valorizarmos nossa natureza humana assumida pelo Filho de Deus e aprofundarmos a participação na vida divina que nos foi dada na encarnação do Filho de Deus. Como todos participam, somos todos irmãos e ninguém é melhor que ninguém. Todos somos um Naquele que nos amou.

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