terça-feira, 20 de março de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Lembrem-se de mim no altar”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA-50 ANOS CONSAGRADO
1336. Oração pelos mortos
             A morte sempre nos incomoda, mesmo sabendo que é natural morrer. Não há palavra que mude nosso interior, por mais fé que tenhamos. Mas foi Deus que fez assim para que nada superasse o dom da vida. É uma passagem difícil, sobretudo para quem fica. Há uma tradição de rezar pelos mortos nas mais diversas culturas. Por isso temos a tradição da oração pelos moribundos e pelos mortos. Como o pós-morte nos é humanamente obscuro, pela fé sabemos que estamos unidos aos que partiram, pois nos encontramos em Deus. As culturas procuram resolver essas questões com os rituais pelos mortos. Hoje temos a cultura de ir ao cemitério em determinados dias. Há homenagens prestadas através das flores, velas acesas, belos túmulos, fotos, celebrações de datas etc... Se não se acreditasse na vida após a morte os povos não teriam os belos ritos de sepultura e a consciência de nossa união da união com os falecidos. Tudo é sinal que cremos na ressurreição. Na Igreja temos, em consonância com a fé na Ressurreição, uma compreensão da morte que não exclui a condição humana, mas a eleva à união a Cristo morto e ressuscitado. A Igreja sempre teve grande veneração pelos falecidos em Cristo, pois crê que participam de sua Glória. Cremos igualmente que podemos estar próximos e em um contato espiritual. As pessoas não deixaram de existir, mudaram sua condição.
1337. Por que rezamos pelos mortos?
O que justifica a oração pelos mortos é a fé que formamos um só Corpo com Cristo. O Catecismo da Igreja explica a fé no Purgatório apoiando-se na Escritura e na Tradição que falam da purificação (não se trata questão de tempo e lugar), mas do existir. Diz no nº 1030 “Os que morrem na graça e amizade de Deus e não estão completamente purificados, embora tenham a garantia de sua salvação eterna, passam após a morte por uma purificação a fim de obterem a santidade necessária para entrarem no céu”. É o que chamamos de Purgatório. A Escritura ensina sobre a prática da oração pelos defuntos: “Eis por que ele, Judas Macabeu, mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos do seu pecado (2Mac 12,46). Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico (Dz 856), a fim de que, purificados eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgência e as obras de penitência em favor dos defuntos (C 1032). S. João Crisóstomo afirma: “Levemos-lhes socorros e celebremos sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai (Jó 1,5) por que duvidar que as nossas oferendas em favor dos mortes lhes leva alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer as nossas orações por eles”. Lembremos o que diz  Mãe de Santo Agostinho: “Peço que vos lembreis de mim no altar do sacrifício”. Já era uma prática antiga que se tornara popular.
1338. Ganhemos nosso futuro
            A Igreja, quando reza, reza por todos os falecidos. Já vemos isso nas catacumbas. O que se torna arte é porque já é uma cultura de um ensinamento arraigado. Lembremo-nos também da necessidade de cultivar a oração pelos mortos para que sejam purificados. Temos a esperança de um dia, depois de nossa morte, participar de tal caridade. Não poderemos merecer por nós mesmos, os outros rezarão por nós. Em Cristo nós nos ajudamos pela caridade maior da oração. A oração é por todos mesmo sem citar os nomes. Não há alma abandonada ou vagando. Todos somos e estamos no corpo de Cristo.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

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