Tenho
medo de Jesus que passa, dizia S. Agostinho. Ele veio e um dia voltará
glorioso, mas agora, passa por nós silencioso. A Encarnação do Filho de Deus
foi uma visita excepcional de Deus que entrou em nossa história e em nossos
caminhos. Não se concebe mais o mundo sem Deus presente. Os que não creem é
porque não querem acreditar. Sabem que “Ele está no meio de nós”. Crer exige
compromisso e conversão. Então é melhor dar uma de desentendido. Os que O
combatem é porque creem que Ele existe, senão não se incomodariam. Nos povos
sempre houve um caminho desconhecido para Deus. Na caminhada do Povo de Deus sua
visita longamente preparada pela história. Quando falamos sobre Abraão, dizemos
que Deus veio a seu encontro, fez preciosas promessas que se cumpriram. A
visita foi tão fecunda que da raça de Abraão, nasceu Jesus. Deus visitou José
na prisão. De escravo tornou-se senhor para salvar sua família da fome e dar
prosperidade ao povo. Deus visitou o povo sofredor e mandou Moisés para
libertá-lo. Até à chegada Jesus, visitou o povo pelos profetas e homens que os
conduziram. Jesus, aos nascer, é o Emanuel, Deus conosco. Deus veio para ficar.
Zacarias canta: “Sol nascente que nos veio visitar”(Lc 1,78). Quando o povo via os milagres de Jesus,
“glorificava a Deus, dizendo: ‘Um grande profeta se levantou entre nós; e: Deus
visitou o seu povo’” (Lc 7,16).
As visitas de Deus continuam. Agora recebemos a visita do Papa Francisco, sinal
forte da visita de Deus que quer nos falar.
1295.
Cartão de visita
Quando se fala da visita de Deus, procuramos
entender o sentido de Sua presença: Deus se mostra sempre em Sua misericórdia. Estas
visitas são sempre libertadoras e transformadoras. Deus mostra sempre com
clareza querendo “que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Sempre vem ao encontro do sofredor com seu
conforto, dando-nos sempre mais que pedimos e precisamos. Mais que dar coisas,
Deus nos dá a Si mesmo como Vida. No cartão de visita do Pai está sempre um
convite a partilhar com Ele de sua Vida e de sua ação criadora, salvadora e
santificadora. É como diz na parábola do Pai que diz ao filho que recusa o
irmão que volta: “O que é meu é seu”. E sobre o filho perdido: “Era preciso que
festejássemos e nos alegrássemos, pois este teu irmão estava morto e tornou a
viver, estava perdido e foi reencontrado” (Lc 15,31-32). A vida rica de dons é para ser partilhada, como Deus
partilhou Sua Vida conosco e nos convida à comunhão.
1296.
Acolhendo o Deus que vem
Na
mentalidade oriental e também na cristã, a hospitalidade é fundamental:
“Bendito o que vem em nome do Senhor!”. Estamos recebendo a visita do Papa
Francisco e com ele uma maré de jovens. O encanto que este homem de Deus tem
provocado no mundo manifesta que através dele recebemos uma visita de Deus. Ele
se harmoniza muito com a misericórdia manifestada pelo Pai em Jesus. Esta
misericórdia se faz acolhimento e desejo de superação dos males que obstruem a
graça de Deus na Igreja. A grandeza de Deus está na simplicidade de Seus
gestos. Jesus é o pequenino que acolhe. Vivemos um tempo de renovação em que se
procura abertura para que todos se sintam amados por Deus. Papa Francisco tem
dado esse testemunho de simplicidade deixando de lado as grandezas imperiais e
colocando-se a serviço do mundo. O mundo é sua paróquia. Desejamos que os
jovens sejam os missionários desta renovação.
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