Naquele tempo, os discípulos esqueceram-se de arranjar
comida e só tinham consigo um pão no barco. Então Jesus recomendou-lhes: «Tende cuidado com o fermento dos fariseus e o
fermento de Herodes». Eles discutiam entre si, dizendo: «Fala assim porque não temos pão». Mas Jesus ouviu-os e disse-lhes: «Porque estais a discutir que não tendes pão?
Ainda não entendeis nem compreendeis? Tendes o coração endurecido? Tendes olhos e não vedes, ouvidos e não ouvis? Não vos lembrais quantos cestos de bocados recolhestes, quando Eu parti os
cinco pães para as cinco mil pessoas?». Eles responderam: «Doze». «E quantos cestos de bocados recolhestes, quando reparti sete pães para as
quatro mil pessoas?». Eles responderam: «Sete». Disse-lhes então Jesus: «Não entendeis ainda?».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Anselmo (1033-1109), monge, bispo, doutor da Igreja
«Proslogion», cap. 6
«Ainda não entendeis nem
compreendeis?»
Não consigo ver a tua luz: é demasiado
brilhante para a minha vista. E no entanto, tudo o que vejo é graças à tua luz
que o distingo, como os nossos olhos frágeis veem, graças ao sol, tudo o que
avistam, sem no entanto conseguirem olhar diretamente para o sol. A minha inteligência fica impotente perante a tua luz, que é demasiado
brilhante. Os olhos da minha alma são incapazes de a receber, não suportando
sequer permanecer muito tempo fixos nela. O meu olhar fica ferido pelo seu
brilho, ultrapassado pela sua extensão; perde-se na sua imensidão e fica
confundido perante a sua profundidade. Ó luz soberana e inacessível! Verdade total e feliz! Quão longe estás de mim, e
no entanto eu estou tão perto de Ti! Tu escapas quase inteiramente à minha
vista, enquanto eu estou inteiramente debaixo da tua vista. Por todo o lado
irradia a plenitude da tua presença, e eu não consigo ver-Te. É em Ti que ajo e
que tenho a minha existência; no entanto, não consigo chegar a Ti. Tu estás em
mim, Tu és tudo ao meu redor; contudo, não consigo alcançar-Te com o meu olhar.
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