Naquele sábado celebrava-se a Páscoa dos judeus. Quem
sabe os judeus que levaram Jesus à morte, tenham até se esquecido dos fatos nos
quais foram atores importantes. Na tumba, o silêncio da morte. A dor e a
decepção tomaram conta dos discípulos. No cenáculo, onde estavam fechados por
medo dos judeus, amargavam uma profunda derrota, uma triste desilusão: “Nós esperávamos
que fosse Ele quem iria redimir Israel” (Lc 24,21). Ali na tumba se realizava a palavra de Jesus: “Se
o grão de trigo que cai na terra não morrer permanece só, mas se morrer produzirá
muito fruto” (Jo 12,24). A vida
germinava e, naquela madrugada, como nos narra Mateus, “ao raiar do primeiro
dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria, vieram ver o sepulcro. E eis que
houve um grande terremoto: pois o Anjo do Senhor, descendo do céu e
aproximando-se, removeu a pedra e sentou-se sobre ela... Os guardas tremeram de
medo dele e ficaram como mortos” (Mt 28,1-2.4). A vida surgiu. Temos diversos relatos sobre estes
primeiros momentos após a Ressurreição. Eles mostram que Jesus está vivo, pois
se manifestou a eles diversas vezes e eles são testemunhas. E mandou-os
anunciar a Boa Nova ao mundo inteiro. Naquela madrugada, nova luz brilhou sobre
nós, nova vida nos vivificou, novo tempo se iniciou. Vencedor da morte, deu-nos
Vida. Na celebração litúrgica fazemos memória de tudo o que Jesus fez para
nossa salvação. Ao fazermos a memória nós entramos nos acontecimentos e
recebemos seus benefícios de Vida.
1093. Mais clara que
a luz
A
celebração litúrgica da Vigília Pascal tem muitos símbolos ricos de
significado. O primeiro símbolo é o fogo novo que é aceso simbolizando a luz
que saiu da pedra. Por isso, na tradição, apagava-se o fogo em todas as casas. O
fogo novo era tirado da faísca de duas pedras, simbolizando Cristo luz que sai
da gruta de pedra para iluminar a todos. Deste fogo se acende o Círio Pascal,
aquela vela grande, que é uma imagem de Cristo Ressuscitado. Nela está traçada
a cruz e escritos os números do ano corrente significado que a salvação
acontece hoje. Este círio entra pela Igreja que está com as luzes apagadas. E
aos poucos vão se acendendo as velas dos fiéis, simbolizando a luz de Cristo
que se propaga. Colocado no altar, é incensado e canta-se o Louvor da Páscoa,
chamado Precônio. Este canto lembra a oração de bênção da lâmpada que se fazia
em todas as casas ao acender a lâmpada ao anoitecer. Louva Cristo Luz do mundo.
Felizmente se recupera lentamente o amor à Vigília Pascal. Na Igreja de
Jerusalém, havia uma lâmpada dentro da gruta do túmulo. Dela se tirava luz para
aquela noite bendita.
1094. Sois luz do
mundo
As
velas de todo o povo se acendem na chama do Círio Pascal. A luz do círio se espalha
e não perde seu fulgor. Assim Cristo é Luz para todos. Todos tem a mesma Luz e
Vida de Cristo vivo ressuscitado. Podemos ver que celebramos através de
símbolos. O símbolo, por exemplo, a luz, é uma realidade material que explica o
que acontece no espiritual. A Luz de Cristo ressuscitado que temos através da
fé é a Vida Eterna que já vivemos. Esta Luz se espalha ilumina as pessoas e as
realidades do mundo conduzindo-o a Cristo que o entregará a seu Pai. Para
aquele que crê, a vida se torna uma caminhada para a casa do Pai onde já
estamos na Humanidade de Cristo, como refletimos na festa da Ascensão. A Páscoa
que celebramos acende em nós a chama divina para participar da Luz para ser luz.
Vós sois a do mundo.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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