Evangelho segundo S. Mateus 25,1-13.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus
pode comparar-se a dez virgens, que, tomando as suas lâmpadas, foram ao encontro
do esposo. Cinco eram insensatas e cinco eram prudentes. As insensatas,
ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as
prudentes, com as lâmpadas, levaram azeite nas almotolias. Como o esposo se
demorava, começaram todas a dormitar e adormeceram. No meio da noite
ouviu-se um brado: ‘Aí vem o esposo; ide ao seu encontro’. Então, as virgens
levantaram-se todas e começaram a preparar as lâmpadas. As insensatas
disseram às prudentes: ‘Dai-nos do vosso azeite, que as nossas lâmpadas estão a
apagar-se’. Mas as prudentes responderam: ‘Talvez não chegue para nós e para
vós. Ide antes comprá-lo aos vendedores’. Mas, enquanto foram comprá-lo,
chegou o esposo: as que estavam preparadas entraram com ele para o banquete
nupcial; e a porta fechou-se. Mais tarde, chegaram também as outras virgens
e disseram: ‘Senhor, senhor, abre-nos a porta’. Mas ele respondeu: ‘Em
verdade vos digo: Não vos conheço’. Portanto, vigiai, porque não sabeis o
dia nem a hora».
Tradução litúrgica da Bíblia
Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith
Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
«A mulher e o
seu destino»
A união da alma com Cristo não é o mesmo que
a comunhão entre duas pessoas humanas: começa com o batismo e é constantemente
reforçada com os outros sacramentos; é uma integração e um impulso de seiva,
como nos diz o símbolo da videira e dos ramos (Jo 15). Este ato de união com
Cristo provoca uma aproximação membro a membro entre todos os cristãos; deste
modo, a Igreja toma a figura de Corpo Místico de Cristo. Este corpo é um corpo
vivo e o espírito que o anima é o Espírito de Cristo, que, partindo da cabeça,
se comunica a todos os membros; o espírito que emana de Cristo é o Espírito
Santo, e por conseguinte a Igreja é o templo do Espírito Santo (cf 1Cor 6,19).
Mas, apesar da real unidade orgânica da cabeça e do corpo, a Igreja
encontra-se ao lado de Cristo como pessoa independente. Enquanto Filho do Pai
Eterno, Cristo vivia antes do início dos tempos e antes de qualquer existência
humana; pelo ato da criação, a humanidade vivia antes de Cristo tomar a natureza
humana e ser integrado nela. Pela sua incarnação, Ele trouxe à humanidade a sua
vida divina; pela sua obra de redenção, tornou a humanidade capaz de receber a
graça. [...] A célula primitiva desta humanidade resgatada é Maria: é nela que
se realiza pela primeira vez a purificação e a santificação operadas por Cristo,
é Ela a primeira a ser cheia do Espírito Santo. Antes de nascer da Santíssima
Virgem, o Filho de Deus criou esta Virgem cheia de graça e, nela e com ela, a
Igreja. É por isso, sendo uma criatura distinta dele, a Igreja se encontra a seu
lado, embora indissoluvelmente ligada a Ele.
Qualquer alma purificada
pelo batismo e elevada ao estado de graça é, por essa mesma razão, criada por
Cristo e nascida para Cristo. Mas é criada na Igreja e nasce pela Igreja. [...]
Assim, a Igreja é a mãe de todos aqueles a quem se destina a redenção. É-o pela
sua união íntima com Cristo, e porque se realiza a seu lado, na qualidade de
Esposa de Cristo, para colaborar na sua obra de redenção.
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