Evangelho segundo S. Mateus 13,54-58.
Naquele
tempo, Jesus foi à sua terra e começou a ensinar os que estavam na sinagoga, de
tal modo que ficavam admirados e diziam: «De onde Lhe vem esta sabedoria e este
poder de fazer milagres? Não é Ele o filho do carpinteiro? A sua Mãe não se
chama Maria e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E as suas irmãs não
vivem entre nós? De onde Lhe vem tudo isto?». E estavam escandalizados com
Ele. Mas Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua terra e em sua
casa». E por causa da falta de fé daquela gente, Jesus não fez ali muitos
milagres.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Exortação apostólica «Redemptoris Custos», n.º 27
A comunhão de vida entre José e Jesus
leva-nos a considerar ainda o mistério da Incarnação precisamente sob o aspeto
da humanidade de Cristo, instrumento eficaz da divindade para a santificação dos
homens: «Por força da divindade, as ações humanas de Cristo foram salutares para
nós, produzindo em nós a graça, quer em razão do mérito, quer por uma certa
eficácia» (S. Tomás de Aquino).
Entre estas ações, os evangelistas
privilegiam aquelas que dizem respeito ao mistério pascal; mas não deixam de
frisar bem a importância do contacto físico com Jesus [...]. O testemunho
apostólico não transcurou a narração do nascimento de Jesus, da circuncisão, da
apresentação no Templo, da fuga para o Egito e da vida oculta em Nazaré, por
motivo do mistério de graça contido em tais gestos, todos eles salvíficos,
porque todos participam da mesma fonte de amor: a divindade de Cristo. Se este
amor irradiava, através da sua humanidade, sobre todos os homens, certamente
eram por ele beneficiados, em primeiro lugar, aqueles que a vontade divina tinha
posto na sua maior intimidade: Maria, sua Mãe, e José, seu pai putativo.
Uma vez que o amor paterno de José não podia deixar de influir sobre o
amor filial de Jesus e, reciprocamente, o amor filial de Jesus não podia deixar
de influir sobre o amor paterno de José, como chegar a conhecer as profundezas
desta singularíssima relação? Justamente, pois, as almas mais sensíveis aos
impulsos do amor divino veem em José um exemplo luminoso de vida interior.
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