Quantas dimensões maravilhosas a pessoa
possui! Todas podem ser desenvolvidas. O equilíbrio no desenvolvimento nos dá a
maturidade. Há uma dimensão que foi descartada de muitos. O desenvolvimento se
deu mais no aperfeiçoamento da pessoa no físico e intelectual. Essa dimensão
perdida é a santidade. Parece-nos muito distante, fora de moda. Felizmente,
passada a onda depois de 1960, houve um retomar o interesse de promover o
reconhecimento da santidade de gente de nosso povo. O povo é santo. Tem
defeitos e pecados, mas tem muita luta para realizar o projeto divino em sua
vida. Santos não são só os que conhecemos do passado distante como S. Antônio, S.Francisco
e outros. Atualmente temos uns santos diferentes como, por exemplo, S. Gianna
Baretta com o estetoscópio no pescoço, ou um Beato Pier Giorgio Frassati,
universitário, esquiando, com cara de garotão, os pastorzinhos de Fátima, crianças,
e tanta gente de nosso tempo. Ficamos confusos e perguntamos: Existem santos em
nossa sociedade? Existem e muitos. Numa cultura toda laicizada, onde Deus
parece ter sumido, encontramos pessoas que fizeram escolhas que as tornam
completas. Não se trata de ter todas as qualidades, toda saúde física ou
intelectual. Mas ter uma saúde espiritual que leva a viver bem todas as
dimensões da pessoa, mesmo com os defeitos e pecados. Nós de Igreja dizemos que
os santos têm seus defeitos.. É fácil ser santo. Basta escolher Deus para sua
vida e procurar colocar o evangelho em prática. Esse Evangelho se resume na lei
do amor, como vemos explicitado nos 10 mandamentos. Não é santo quem reza
muito, mas não ama o próximo. A santidade vai além das fronteiras de nossas
regras. Se houvesse interesse pela santidade não teríamos as maldades no mundo,
em nossas casas e em nós mesmos. O mal do mundo se resume na falta de amor. A
espiritualidade consiste na busca em construir a santidade através do amor. A
grandeza da pessoa está nela própria, por isso a santidade está na pessoa e não
em ideologias.
1027. Problemas pouco
santos
O
problema não é não ter problema, mas buscar a solução na fonte. Se os Estados
procurassem o bem das pessoas (amor) não haveria guerra, corrupção, roubos, racismo,
discriminação, exploração de impostos, abuso dos bancos, respeito no trânsito,
às pessoas, controle dos vícios, não haveria violência nem nas torcidas de
futebol. Haveria respeito ao matrimônio; A natureza seria preservada; Os
sistemas políticos não provocariam o que vemos pelo mundo. Quando fazemos o
bem, aí está a santidade. Seria o paraíso na terra. Mas preferimos o inferno da
falta de amor. O amor, diz Paulo, sobreviverá ao mundo e tem toda a força
transformante para o crescimento integral da pessoa. O problema do mundo e da
Igreja, de modo particular, é não ter a santidade como projeto fundamental e
integrador de todas as dimensões do homem e da humanidade.
1028. Pastoral da
Santidade
Fazemos
tantos esforços para conseguir diplomas que nos garantam o furuto. Fazemos
tantas reuniões para fazer projetos para o mundo e a Igreja crescerem. Há
pessoas que galgaram altos níveis de conhecimento e soluções para o mundo.
Tanta ciência. Mas falta em nossas comunidades paroquiais concretamente, como
também nas congregações, uma pastoral da santidade, aquela que é a base de
todas as outras pastorais. Todos os que foram declarados santos são uma
demonstração de que esse projeto funciona. Eles fizeram bem ao mundo. Por que?
Decidiram-se pela santidade. Não atrapalharam nem a Igreja, nem a sociedade.
Promoveram a vida, a fraternidade e a busca de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário