A carta aos
Filipenses supera o que podemos chamar de maravilha sobre conhecimento de Jesus
Cristo. Este texto é um hino da comunidade primitiva que Paulo assumiu para nos
apresentar Jesus como o modelo de vida. Este texto nos faz conhecer que o
despojamento é central na vida de Jesus. Ele se despojou da divindade e viveu
como homem. Não perdeu a divindade, mas viveu como Homem-Deus. Viveu em tudo a
condição humana, menos o pecado (Hb 4,15). Este texto
acompanha o que Jesus diz no evangelho (Mt 21.28-31): Aquele que fez
a vontade do pai foi o que obedeceu, mesmo tendo negado obedecer. A obediência
ao Pai é o que dá a Jesus a Ressurreição. “Por isso Deus o exaltou” (Fl
2,9).
Ele se tornou assim, causa de salvação para todos os que obedecem ao chamado de
Deus. A questão que o evangelista Mateus apresenta era também um problema que a
comunidade enfrentava: como acolher a conversão dos pagãos. Os judeus foram
fiéis a Deus desde o início, mesmo tendo falhado muitas vezes. No tempo de
Jesus os fariseus eram os homens fiéis. Mas, quando veio Jesus, eles O
recusaram, como podemos ler em outras parábolas. Obedeceram sempre a Deus. Mas
agora não. Então não ouviram o Pai. Jesus mostra como é a obediência: Os
pecadores e prostitutas ouviram sua palavra e acolheram. Antes não obedeciam à
vontade de Deus. Mas, diante da Palavra de Jesus, se converteram. Eles são o
filho que disse não, mas depois seguiram a vontade do Pai. Isaías responde aos
que criticavam a atitude de Deus por deixar perecer os que foram bons e agora
não eram mais. Deus deveria levar em conta o passado. Se o justo deixar sua
vida correta ele está errado. Se o ímpio deixar o mal e se converter, é
acolhido por Deus. A obediência é que vai contar no julgamento. Eu posso jogar
tudo fora, se não obedecer.
Converter-se
Esses textos são
oportunos para revermos nossos caminhos na vida do Evangelho. A conversão a
Deus deve ser constante. Não podemos nos assentar sobre nossas vitórias e achar
que isso nos garante. Garante, enquanto as mantemosA conversão é dizer sempre
sim quando somos interpelados por Deus através dos muitos meios que nos propõe.
Não crescer já é diminuir e voltar atrás. A conversão dos bons é aperfeiçoar e
deixar de lado o que impede nosso crescimento. Fazemos um evangelho a nossa
moda e depois nos queixamos, como reclamaram a Isaias, que Deus não é justo. O
que perturba a vida cristã é a atitude de utilizar a religião para satisfazer a
nossos gostos, resolver nossos problemas de saúde e dinheiro. A obediência ao
evangelho vai converter nosso coração para Jesus.
Mostrai-nos o caminho
O salmo revela
os sentimentos que devem ter os que querem obedecer e crescer no caminho de
Deus: “Mostrai-me, Senhor, vossos caminhos e fazei-me conhecer a vossa estrada.
Vossa verdade me oriente e me conduza... O Senhor dirige os humildes na justiça
e aos pobres Ele ensina seu caminho” (Sl 24). Para
atingirmos a estatura da maturidade de Cristo (Ef 4,13), teremos que
fazer o mesmo caminho que fez em sua “abnegação” e humildade para podermos
acolher totalmente a vontade do Pai. Por isso Deus o exaltou. Em cada
Eucaristia temos a oportunidade de ouvir a Palavra na celebração e procurar
vivê-la. Isso é ser obediente e cumpridor da vontade do Pai.
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