Evangelho segundo S. Lucas 11,14-23.
Naquele
tempo, Jesus estava a expulsar um demónio que era mudo. Logo que o demónio saiu,
o mudo falou e a multidão ficou admirada. Mas alguns dos presentes disseram:
«É por Belzebu, príncipe dos demónios, que Ele expulsa os demónios». Outros,
para O experimentarem, pediam-Lhe um sinal do céu. Mas Jesus, que conhecia
os seus pensamentos, disse: «Todo o reino dividido contra si mesmo, acaba em
ruínas e cairá casa sobre casa. Se Satanás está dividido contra si mesmo,
como subsistirá o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que Eu expulso os
demónios. Ora, se Eu expulso os demónios por Belzebu, por quem os expulsam
os vossos discípulos? Por isso eles mesmos serão os vossos juízes. Mas se Eu
expulso os demónios pelo dedo de Deus, então quer dizer que o reino de Deus
chegou até vós. Quando um homem forte e bem armado guarda o seu palácio, os
seus bens estão em segurança. Mas se aparece um mais forte do que ele e o
vence, tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos. Quem
não está comigo está contra Mim e quem não junta comigo dispersa.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do
dia:
Catecismo da Igreja Católica §§ 547-550
Jesus acompanha as suas palavras com
numerosos «milagres, prodígios e sinais» (At 2,22), os quais manifestam que o
Reino está presente nele e comprovam que Ele é o Messias anunciado. Os sinais
realizados por Jesus testemunham que o Pai O enviou e convidam a crer nele. Aos
que se Lhe dirigem com fé, concede-lhes o que pedem. Assim, os milagres
fortificam a fé naquele que faz as obras de seu Pai: testemunham que Ele é o
Filho de Deus. Mas também podem ser «ocasião de queda» (Mt 11,6). Eles não
pretendem satisfazer a curiosidade nem desejos mágicos. Apesar de os seus
milagres serem tão evidentes, Jesus é rejeitado por alguns; chega mesmo a ser
acusado de agir pelo poder dos demónios.
Ao libertar certos homens dos
seus males terrenos – da fome, da injustiça, da doença e da morte –, Jesus
realizou sinais messiânicos; no entanto, Ele não veio para abolir todos os males
deste mundo, mas para libertar os homens da mais grave das escravidões, a do
pecado, que os impede de realizar a sua vocação de filhos de Deus e é causa de
todas as servidões humanas.
A vinda do Reino de Deus é a derrota do
reino de Satanás: «Se é pelo Espírito de Deus que Eu expulso os demónios, então
é porque o Reino de Deus chegou até vós» (Mt 12,28). Os exorcismos de Jesus
libertam os homens do poder dos demónios, e antecipam a grande vitória de Jesus
sobre «o príncipe deste mundo» (Jo 12,31). É pela cruz de Cristo que o Reino de
Deus vai ser definitivamente estabelecido: «Regnavit a ligno Deus – Deus reinou
desde o madeiro» (V. Fortunato).
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