Cristo é nosso astro
guia
No
início do ano civil a Igreja celebra a festa de Santa Maria, Mãe de Deus.
Rezamos na oração: “Ela nos trouxe o Autor da Vida”. Pela virgindade fecunda de
Maria, Deus nos deu a salvação eterna, pois nos trouxe o Autor da Vida. O ano
novo brota também desta relação bonita da humanidade com a divindade nos braços
da Mãe. Esta é a nascente de toda benção: “O Senhor faça brilhar sobre ti sua face
e te dê a paz” (Nm
6,26). Não acredito em e nem leio horóscopo. Não me baseio em astros,
pois não passam de belas estrelas que um dia estarão apagadas. Formam figuras
imaginárias. Tenho um astro vivo e eterno, Jesus, imagem do Pai, rosto de todo
homem e mulher. Neste início de Ano Novo vamos recorrer um horóscopo cristão que
oriente todo nosso ano de 2017. São três elementos que orientam: O sol, não
aquele que ilumina de dia e se esconde de noite. O Sol que veio nos visitar.
Não ficou no alto, desceu e nasceu de uma Virgem. Depois do Sol, temos a figura
dos pastores. Eles foram a Belém para ver o que os anjos lhes anunciaram.
Encontraram o Menino na manjedoura (Lc 2,8-20). O terceiro elemento é você mesmo, pois, nos
horóscopos, somos marionetes e escravos nas garras de astros e de um monte de
fantasias. Mas você é filho adotivo, “predestinados a ser a imagem de seu
Filho” (Rm 8,29).
Por isso podemos dizer Abbá, Pai. “Somos filhos, e se somos filhos, somos
herdeiros de Deus” (Gl
4,7). A vida, conduzida pelo Sol Nascente, será iluminada. Para Ele,
mesmo as trevas não são escuras... e a escuridão é tão brilhante como a luz (Sl 139,12).
Receita
para bem viver:
O primeiro elemento de nosso horóscopo cristão: você não recebe uma
mensagem de fora, numa lei cega de rotas de astros com mensagens forjadas. É
você, que olhando o Astro do presépio, Jesus, sabe a direção a tomar em sua
vida, pois Ele é o “caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,60). Ele dá a palavra orientadora. A palavra
que dirá o que somos é a Palavra de Deus. Ela orientará o que devemos fazer
para chegar à felicidade e vencer o mal. O segundo elemento é você que saberá
madura e livremente buscar as soluções dando os passos para ir até Belém como
os pastores; saberá ouvir como Maria e meditar no coração o que vê e ouve. O
pastor é o terceiro elemento: Jesus, Astro Rei, foi apresentado aos pastores.
Sem a dimensão do irmão necessitado, não poderemos jamais nos considerar
cristãos sérios e santos. A orientação da Palavra de Deus, dada pelo Astro
Jesus, vai nos endereçar a atenção, o carinho e a caridade para com os mais
necessitados. O diálogo com os pobres é elemento fundamental na pessoa de
Jesus. Assim poderemos viver um ano feliz, pois “o Astro, Jesus” nos guiará. Só
teremos força para ir aos pobres, se formos pobres diante de Deus, isto é,
vazios de nós mesmos e cheios do amor que constrói.
Bênção que se
constrói
O Senhor te dê a paz (Nm 6,22-27). Queremos paz! Queremos um caminho seguro sem
guerras, violência e tiranias. Basta fazê-lo. Queremos a bênção de Deus. Jesus
é esta bênção. A bênção é um dom e uma missão: recebemos uma bênção para que
sejamos uma bênção para todos, mostrando-lhes a face de Deus. Receita
de felicidade: Ter um coração como o de Maria: “Guardar tudo que acontecer,
meditando no coração” (Lc 2,19).
Tenha certeza: Não se mede a quantidade de anos de nossa vida, mas a vida que
colocamos nesses anos. Teremos todas as bênçãos que desejarmos se, primeiro
formos uma bênção para os outros.
Leituras: Números 6,22-27; Salmo 66; Gálatas 4,4-7; Lucas
2,16-21
1.
Jesus é o astro que nos orienta nesse novo ano.
2.
Buscará em Jesus palavras orientadoras para sua vida.
Estas o levarão a buscar os necessitados.
3.
Receita para o Ano: Ter um coração como o de Maria e
ser uma bênção.
Nome
certo
Maria, aquela de Nazaré que deu
à luz um menino que tinha mãe e não tinha pai terreno. Ela tinha marido, mas o
pai era outro, que já era Pai. O Pai gerara o Filho eterno. A mãe gera o Filho
que é Deus. Se ela fosse fazer a carteira de identidade tinha que colocar como
nome, Maria, Mãe de Deus. Era sua identidade. Quando vai visitar Isabel, essa
já usa o nome certo: “De onde me vem que a Mãe do meu Senhor me visite” (Lc 1,43). Senhor,
para os judeus era o Todo Poderoso. Está na Bíblia! Maria reconhece essa sua
identidade quando diz: “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada, pois o
Todo Poderoso fez grandes coisas por mim. Santo é seu nome” (Lc 1,48-49). Tem
consciência do que ela é.
As mães são assim. Um dia escrevi um livro e disse à mamãe que não
interessava dar o livro para ela, pois era um assunto que não lhe interessava.
Olha o que me disse: “Interessa sim, pois fui eu que escrevi”. Tem consciência
que aquilo que há em mim está unido a ela. Mãe é mãe. Maria não renunciou seu
direito.
Esta festa é celebrada na lembrança da proclamação do dogma da
Maternidade Divina. Negar que Maria seja chamada Mãe de Deus é negar que Jesus
seja Deus. Então Ele seria só um homem e não Homem-Deus, como nos reafirma o
Concílio de Éfeso (23 de junho de 431). Podemos rezar com entusiasmo: “Santa
Maria, Mãe de Deus”. O povo fez festa a noite toda.
Iniciamos o ano no colo da Mãe recebendo as bênçãos do Pai. A bênção
que Deus nos oferece é mostrar seu rosto bondoso para nós. Vai ser um ano bom.
Sugestão: Fazer como Maria, nossa Mãe, fazia: Guardava tudo meditando em seu
coração.
Mesmo com toda essa grandeza ela mantém sua
simplicidade de mulher do povo, pobre, morando num fim de mundo, mal afamado.
Sabe de sua humildade e aceita: “O Senhor olhou para a humildade de sua serva” (Lc 1,48).
Assim Jesus aprendeu de pequeno com a Mãe a amar e cuidar dos necessitados e a
ser simples, sem vergonha de ser pobre. Essa é a bênção que fica.
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