PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA |
Deus veio para
todos
Vimos sua estrela no Oriente.
A
Epifania é o segundo momento da Manifestação do Senhor. É o mesmo Mistério
visto sob outro ângulo. O primeiro é o Natal, o terceiro é o Batismo de Jesus e
o quarto é a manifestação aos discípulos em Caná. Deus se manifesta aos
humildes do povo, aos Magos, aos judeus no batismo e por fim aos discípulos. Os
Magos eram estudiosos do movimento dos astros. Eram homens de verdadeira
ciência, pois conheciam os caminhos de Deus. Conheciam a profecia de Balaão:
“Vejo, mas não agora, contemplo, mas não de perto: Um astro se levanta dos
acampamentos de Jacó e se torna chefe” (Números,
24.17).
Este astro não é a estrela dos presépios, mas o próprio Cristo. Quando a viram
sobre o lugar onde estava Jesus, sentiram uma alegria muito grande. Entrando na
casa, viram o Menino com Maria, sua mãe. Adoraram e depois abriram seus cofres
e ofereceram-Lhe presentes: ouro incenso e mirra. Sobre os Magos ficamos mais
no nível da simbologia do que da história. O mais importante é ver o que
significa a narrativa. Para isso temos as outras leituras. Os nomes Gaspar,
Baltazar e Melquior também são simbólicos. São tradições bem posteriores. Suas
“prováveis” relíquias estão em Colônia desde o ano de 1164. Tinham sido
trazidas da Palestina para Constantinopla, levadas para Milão e daí para a
Alemanha. O principal é a verdade do Evangelho: Jesus veio para todos.
A grande revelação
O profeta Isaias diz a Jerusalém:
“Levanta-te Jerusalém porque chegou a tua luz”. Levanta os olhos ao redor e vê:
todos se reuniram e vieram a ti... O mundo em trevas vê uma luz (Is 60,2). Os
Magos representam todos os povos pagãos que buscam Deus e O encontram em Jesus,
revelação do Pai. São Paulo ensina na carta aos Efésios, que recebeu a
revelação de Deus e teve conhecimento do mistério: “Todos os povos são
admitidos à mesma herança, como membros do mesmo corpo são associados à mesma
promessa em Jesus Cristo por meio do Evangelho”. Deus é o Deus de todos. Não
era essa a mentalidade judaica. Cristo veio para todos. Infelizmente, depois de 2.000 anos ainda temos uma imensa humanidade que
ainda não recebeu este anúncio. Ainda temos que anunciar. No momento, em lugar
de buscar novas formas, estamos esfriando o ardor missionário. Pode ser que
nossa fé não seja suficiente para entusiasmar a missão. A Igreja está se
embaraçando e se perdendo em ritualismos e legalismos, sem lembrar os males que
obscurecem o anúncio do Evangelho. Há os que pensam que Deus não serve a nada.
Ofertas
dos povos
A oferta de ouro, incenso e mirra
significa que o Cristo que nasce e, que eles adoram, é o Senhor rei do universo
a quem oferecem o ouro. É Deus, a quem oferecem o incenso de adoração. Mas é
também o homem das dores, que participa de nossas fraquezas, dores e morte, por
isso a mirra. Ela é uma resina que era usada para embalsamar cadáveres e servia
de anestésico para a dor. Esta é a resposta que podemos dar ao Menino que nos
foi dado. Herodes recusou e quis matá-Lo. Os Magos acolheram, adoraram e
voltaram por outro caminho. Não fizeram o jogo de Herodes. Herodes continua
vivo em tantos projetos que destroem a vida ou o coração dos pequeninos. Uma
renovação da fé deve se espelhar na atitude manifestada por esses homens.
Procurar Deus, mesmo através das ciências humanas. O conhecimento da Palavra de
Deus fundamentará essa busca. E por-se a caminho, não deixando se envolver por
ideologias que querem eliminar o Menino.
Leituras:Isaias
60, 1-6; Salmo 71; Efésios 3, 2-3a.5-6;Mateus 2, 1-12
1.
A
celebração Epifania do Senhor, manifestação de Deus, é cercada de muitos
símbolos que nos fazem entender a missão de Jesus.
2.
Como
Paulo, entendemos que Jesus veio para todos os povos. Os reis são o símbolo.
3.
Os
presentes de ouro, incenso e mirra exprimem a condição de Jesus: Deus, Homem e
sofredor. Os Magos são um modelo de busca de Deus.
Velhinhos danados.
Não sabemos se
eram velhos, pois a sabedoria é um dom dado também aos jovens. Não sabemos o
que eram, como eram, de onde eram e o que faziam. Não tinham nomes. Os nomes
que damos vieram muito mais tarde. Não eram reis, nem feiticeiros. Uma coisa é
certa: Eram sábios. Estavam seguindo uma estrela. Eram gente boa, pacífica e
sincera.
Quando chegaram
a Jerusalém procurando o rei dos judeus que acabava de nascer, a cidade pegou
fogo. Até Herodes se ouriçou. Ainda mais ele que era cioso de seu poder e para
isso matava para se defender.
Herodes reúne os
entendidos na religião para saber o lugar do nascimento do Messias. Todos
sabiam, menos ele. É interessante que nossos poderosos são de uma ignorância
religiosa que dá vergonha. Nem todos, mas a maioria. Por isso fazem tanta
danura.
Vão a Belém e a
estrela brilha sobre o lugar onde estava o Menino. Na verdade, o Menino Jesus é
a estrela. O evangelho diz que se alegraram com uma alegria muito grande. É a
alegria divina. Adoraram e abriram seus presentes: ouro, incenso e mirra. Não
se trata só de um presente, mas o reconhecimento de Jesus como Rei, Deus e
Homem das dores.
Eles, espertos, percebendo o golpe
que Herodes queria dar e que acabaria também com eles, voltaram para suas
terras por outro caminho. Depois que a gente encontra Jesus, sempre mudamos os
caminhos.
Lembramos que são pagãos esses
homens. Deus se abre a todos que O procuram. Entramos em seu pensamento de
vamos levar o Messias a outros, porque Ele tem muito a oferecer a cada pessoa.
A salvação é para todos os povos.
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