A
liturgia do 3º domingo do Advento inicia-se com o texto da carta de Paulo
aos Filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor, novamente vos digo: Alegrai-vos!
... O Senhor está próximo!” (Fl 4,4). A temática da alegria toma conta da
liturgia deste domingo. Como no 4º Domingo da Quaresma, somos convidados e
levantar os olhos e contemplar os primeiros raios da festa da salvação que se
aproxima. Celebramos a salvação que se aproxima no Natal, como rezamos na
oração após a comunhão: “O alimento da Eucaristia nos purifique de todos os
males e nos prepare para as festas que se aproximam”. A presença de Cristo no
Natal é causa de profunda alegria. Ele é o sacramento do Pai que vem nos
confirmar a certeza do que sempre rezarmos na missa: “O Senhor esteja convosco!”
– “Ele está no meio de nós!”. O profeta Sofonias, no meio da crise do povo que
se deixara levar pela idolatria, inicia uma reforma. O povo humilde que ficara
fiel, não tem o que temer, pois, Deus é fiel e é força para seu povo. Paulo
convida os cristãos a não se inquietarem com nada. Temos a presença de Cristo a
quem recorremos através da oração. A paz de Cristo guardará nossos corações. Cultivamos
Todos estes sentimentos porque o Natal nos traz uma Criança que nos oferece
todos esses dons. Lucas acentua que a vinda de Cristo é coberta pelo Espírito
do Senhor que O envia para anunciar o evangelho da alegria aos pobres (Lc 4,18). Ele veio para anunciar a paz, pois
Ele é nossa paz. Cada Natal é um novo grito de paz. Hoje somos a Jerusalém em
crise, conturbada. Mas não podemos nos
esquecer que temos o Senhor no meio de nós. Ele é a solução para todos os
males.
Alegria na solidariedade
A salvação se
torna alegria quando somos capazes em ser solidários. O povo sonhava com uma
Jerusalém restaurada de suas misérias. Ele vai a João Batista que anuncia o
tempo de Deus. As multidões perguntam: “Que devemos fazer”. São três tipos de
pessoas: o povo, os homens do dinheiro e os donos do poder, simbolizados nos
soldados. A resposta de João é clara: “Quem tiver tuas túnicas, dê uma a quem
não tem”: A partilha dos bens que evita o acúmulo; “Não cobreis mais do que foi
estabelecido”: A honestidade que combate a exploração das pessoas e a
corrupção; “Não tomeis à força dinheiro de ninguém. Nem façais acusações
falsas”: A não-violência promove o respeito às pessoas. É uma síntese de todas
as soluções para implantar o Reino de Deus. São as questões que Jesus enfrenta
no deserto. João profetiza assim o futuro Reino que se estabelecerá com a
presença de Jesus, Deus conosco, Emanuel. Estas são questões que enfrentamos hoje.
Jesus é a solução. Alegrai-vos: O Senhor está para chegar!
Celebrar
com intenso júbilo
A oração desta
celebração, no Advento, coloca-nos no espírito festivo do Natal: “Dai chegarmos
às alegrias da salvação e celebrá-las com intenso júbilo na solene liturgia” (oração). A celebração litúrgica é o momento no
qual, sacramentalmente, vivemos o mistério do qual fazemos memória. Não se
trata só de uma lembrança, mas de participação pessoal e comunitária ao que
Deus nos ofereceu Jesus. A grande alegria é a realização da palavra proclamada.
O respeito à pessoa e a promoção de seus direitos compõem a alegria que os
pobres de Deus necessitam para celebrar dignamente o Natal.
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