Inês foi educada “ab ineunte aetate loco filiae” pela Rainha da França, Santa Radegunda. Depois de ter-se retirado da corte, Santa Radegunda fundou o mosteiro de Santa Cruz de Poitiers, a mais antiga abadia feminina, e como não desejasse para si o encargo de abadessa, pediu que Inês assumisse aquela função. Atendendo ao pedido de sua benfeitora, Inês tornou-se a 1ª abadessa de Santa Cruz de Poitiers, com a bênção abacial dada por São Germano, Bispo de Paris, na presença de outros bispos.
Depois de alguns anos, devido a disputas entre o mosteiro e o bispo da cidade, Meroveu, por questões de jurisdição, a Santa resolveu oportuno se retirar temporariamente para Arles, juntamente com Radegunda. Ao retornar, ela introduziu no mosteiro a regra de São Cesário, bem como para a abadia feminina de São João de Arles.
A prudência com que Inês exercia a difícil arte de governo, além de atrair mais de 200 religiosas ao mosteiro, fez com que após a morte de Santa Radegunda fosse possível a reconciliação com Meroveu, que teve uma alta direção do cenóbio.
A vida destas duas Santas no interior do mosteiro foi expressa nas palavras de um poeta cujas obras chegaram até nós, Venâncio Fortunato, o último poeta latino da Gália, que foi por muitos anos capelão da Abadia da Santa Cruz. Ele nasceu na Itália c. 530 e morreu Bispo de Poitiers no início do século VII.
Após visitar os reis e os bispos de França, ele foi apresentar seu apreço à Rainha Radegunda, viúva, madrasta dos reis, e ficou tão encantado com aquela comunidade intelectual e amável, bem como o seu refinamento, que ele permaneceu ali como capelão até o falecimento de Santa Radegunda.
A rainha constantemente o enviava para importantes missões junto a vários personagens, e assim a comunidade ficava informada e se interessava por tudo o que acontecia em outros lugares. Ele cuidava dos negócios externos das monjas e tomava parte em suas ocupações. Elas liam e transcreviam livros, representavam peças de teatro, recebiam visitantes, tinham pequenas festas nos aniversários.
Fortunato tornou-se apreciado por elas como fora por bispos santos e reis semicivilizados e encontrou na abadia um oásis de paz e refinamento em um deserto de bárbaros. Em seus escritos ele descreve a vida na abadia e as comidas, no que ele parece ter sido um connaisseur. Ele tomou Nosso Senhor como testemunha de que sua afeição por Inês era a de um irmão. Entre os seus poemas estão dois hinos adotados pela Igreja: Pange lingua e Vexilla Regis. Os Bollandistas preservaram a Vida de Sta. Radegunda escrita por ele, bem com outra vida daquela Santa escrita por uma das monjas.
As Santas Radegunda e Inês tiveram muitos aborrecimentos com duas princesas desobedientes, Crodielde e Basine (ver Ludovera), que tinham sido postas sob seus cuidados. Após a morte destas duas dirigentes da Abadia de Santa Cruz, aquelas princesas se rebelaram contra Ludovera, a abadessa seguinte; uma delas exigia ofício como uma filha de rei, embora absolutamente desqualificada para a posição. Um grande escândalo se seguiu; bispos e reis tiveram que interferir e as senhoras refratárias foram removidas, para grande alívio de Ludovera e das monjas boas.
Inês morreu em 13 de maio de 588, nove meses depois de Radegunda, e foi sepultada na Igreja de Santa Maria, fora dos muros da cidade.
A Diocese de Poitiers celebra Santa Inês em 13 de maio. Ela é patrona dos Trinitários e contra os perigos no mar.
Etimologia: Inês = pura, casta, do grego.
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