Evangelho segundo S. Marcos 16,15-18.
Naquele
tempo, Jesus apareceu aos Onze e disse-lhes: «Ide por todo o mundo e pregai o
Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for batizado será salvo; mas
quem não acreditar será condenado. Eis os milagres que acompanharão os que
acreditarem: expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas línguas; se
pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal; e quando
impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados».
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407),
presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
7ª
Homilia sobre a conversão
«A mim, que fui blasfemador e perseguidor […], foi-me dada
misericórdia» (1Tim 1,13): a conversão de S. Paulo
É preciso que tenhamos sempre presente no
nosso espírito que todos os homens são rodeados por imensas manifestações do
amor de Deus. Se a justiça tivesse precedido a penitência, o universo teria sido
aniquilado. Se Deus estivesse pronto para o castigo, a Igreja não teria
conhecido o apóstolo Paulo, não teria recebido um homem assim no seu seio. É a
misericórdia de Deus que transforma o perseguidor em apóstolo; é ela que muda o
lobo em cordeiro; foi ela que fez de um publicano um evangelista (Mt 9,9). É a
misericórdia de Deus que, comovida com o nosso destino, nos transforma a todos;
é ela que nos converte.
Ao ver o glutão de ontem pôr-se hoje a jejuar, o
blasfemador de outrora falar de Deus com respeito, o infame de antigamente não
abrir a boca a não ser para louvar a Deus, podemos admirar esta misericórdia do
Senhor. Sim, irmãos, se Deus é bom para com todos os homens, é-o particularmente
para com os pecadores.
Quereis mesmo ouvir uma coisa estranha do ponto
de vista dos nossos hábitos, mas verdadeira do ponto de vista da piedade?
Escutai: ao passo que Deus Se mostra exigente para com os justos, para com os
pecadores não tem senão clemência e doçura. Que rigor para com os justos! Que
indulgência para com o pecador! É esta a novidade, a inversão, que nos oferece a
conduta de Deus. […] É que assustar o pecador, sobretudo o pecador inveterado,
seria privá-lo de confiança, mergulhá-lo no desespero; e lisonjear o justo seria
embotar o vigor da sua virtude, levando-o a afrouxar no seu zelo. Deus é
infinitamente bom! O seu temor é a salvaguarda do justo, e a sua clemência faz
mudar o pecador.
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