PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
500. Enxergando
com nova luz
Seguindo
os ensinamentos da Quaresma, chegamos a um ponto luminoso: Cristo é Luz! Já percorremos
os caminhos das ‘águas vivas’. Agora contemplemos
a Luz! “Ele é a luz que vindo ao mundo, ilumina todo homem” (Jo 1,9). As
Escrituras, já no primeiro capítulo, nos mostram que Deus criou a luz no primeiro
dia. “Deus disse: ‘Faça-se a luz!’ e a luz foi feita. Deus viu que a luz era
boa e separou a luz das trevas” (Gn 1,3). No final da Bíblia, Apocalipse 21, encontramos
novamente a água, que agora não é um poço, mas um rio. Encontramos uma luz que
é a Luz. Cristo é a Luz. João, ao se referir ao Céu, a Jerusalém Celeste,
escreve: “A cidade não precisa do sol ou da lua para a iluminarem, pois a
glória de Deus a ilumina, e sua lâmpada é o Cordeiro” (Ap. 21,23). Esse caminho
de luz atravessa toda Palavra de Deus, como o sol que percorre, em nossa
linguagem, todo o arco do céu. A luz ilumina o povo na caminhada do deserto,
sendo para eles luz durante as noites da travessia do deserto. Em seu
dia-a-dia, o povo rezava os salmos contemplando a Deus sob o símbolo da luz: “O
Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei?” (Sl 27,1); “Na tua luz
vemos a luz” (Sl 36,9); “Envia a tua luz e a tua verdade” (Sl 43,3); No Natal
contemplam luzes: Os pastores foram envolvidos numa grande luz; Os magos viram
a estrela. João ensina a encarnação sob o símbolo da luz: “Nele estava a vida,
e a vida era a luz dos homens” (Jo 1,4). “Pois a luz verdadeira, vindo ao
mundo, alumina a todo homem” (Jo 1,9). Jesus se chama de Luz: “Eu sou a luz do
mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12).
João escreve que “Deus é luz, e nEle não há treva nenhuma” (1Jo 1,5). O
batizado participa da Luz e por ela vê o mundo e compreende os mistérios de
Deus. O cego do milagre é curado e enxerga. Crê e vê.
501. Sois
luz no Senhor
Os
escolhidos para o Batismo passam para um segundo passo: Seus olhos se abrem à
luz. Eram trevas e agora se tornaram luz. É seu Senhor que os escolheu e os
iluminou. Não são escolhidos por seus méritos, pois a escolha que Deus faz é
totalmente gratuita, como a de Davi (1Sm 16,1-13) Não foram os filhos belos de Jessé os escolhidos
para serem ungidos, mas o jovem Davi. Assim é ungido o batizado, gratuitamente.
O batizado, ele se levanta da morte e o Cristo o ilumina. A oração assim diz: “Senhor
Jesus, verdadeira luz que iluminas todo homem, suscita a boa vontade naqueles
que escolheste. Que eles, possuindo a alegria de tua luz, como o cego
restituído um dia à clareza da luz, sejam sempre testemunhas firmes e seguras
da fé”. “A noite é passada, e o dia vem chegando; deixemos as obras das trevas
e vistamos as armas da luz”. (Rm 13,12). A união com Cristo nos faz luz.
502. Vivei
como Filhos da luz
No
caminho da espiritualidade batismal, o cristão é chamado a ser testemunha da
Luz: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um
monte. Assim, resplandeça a vossa luz diante dos homens” (Mt 5,14.16). Todo
esse jogo de luz ilumina a vida do batizado de tal modo que suas obras
manifestem Deus. “Quem pratica a verdade, vem para a luz, a fim de que seja
manifesto que as suas obras são feitas em Deus. (Jo 3,21). Ele será luz e
andará na luz. A simbologia do batismo busca na luz o modo de viver. Ao acender
a vela no círio pascal, está significando que a vida iluminada vem de Cristo
Luz. A espiritualidade será sempre iluminada pela luz que jorra do Batismo.
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