quarta-feira, 2 de setembro de 2015

REFLETINDO A PALAVRA - “Nascimento de João Batista”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
João é seu nome
            São João Batista, primo de Jesus, é o único santo que tem duas festas no calendário. Hoje celebramos seu nascimento e dia 29 de agosto seu martírio. E merece, pois o próprio Jesus tinha uma grande admiração por ele, chegando a afirmar que “entre os nascidos de mulher, não surgiu outro maior do que João Batista” (Mt 11,11). No anúncio do nascimento de João, o Anjo do Senhor disse a Zacarias, o pai, que deveria colocar no menino o nome de João. Em hebraico esse nome significa “Deus é favorável!”. Zacarias assim proclama: “Graças ao coração misericordioso de nosso Deus pelo qual nos visita o Astro das alturas” (Lc 1,78). João vem abrir para a humanidade os tesouros da misericórdia. Ele próprio é fruto da misericórdia, pois pais que não tinham filhos e eram tidos como amaldiçoados por Deus. O amor misericordioso dá um filho. Deus escolhe o que é fraco para confundir o que é forte (1Cor 1,27). São os caminhos de Deus! Por outro lado, seus conterrâneos percebem a grandeza de Deus nesse menino nascido de um casal de velhos. “Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel e alegraram-se com ela [...] todos os que ouviam a noticia ficavam pensando: ‘O que virá a ser este menino?’ De fato a mão do Senhor estava com ele” (Lc 1,58.66). A própria Maria fora atraída ali para viver esse momento de misericórdia, da qual ela própria fora beneficiada ao ser escolhida para ser mãe do Salvador (Lc 1,26-38).
O menino se fortalecia no Espírito
            A vinda de Cristo, que é preparada pelos séculos que a precederam, é sintetizada na figura do Batista que é um humilde do povo. Ele é um representante dos pobres de Javé. Por outro lado, ele está na linha dos grandes profetas, como Elias, como diz o Anjo a Zacarias: “Ele caminhará a sua frente, com o espírito e o poder de Elias, a fim de converter os corações dos pais aos filhos e [...] para preparar ao Senhor um povo bem disposto” (Lc 1,17). Para preparar esse povo perfeito, como reza a oração da missa, João crescia, se fortalecia em espírito e vivia nos lugares desertos até o dia em que se apresentou publicamente a Israel (Lc 1,80). João recebe de Jesus o Espírito de Deus que o forma, desde a visita que Maria faz a Isabel. O salmo 138,13 reza: “Fostes vós que me formastes as entranhas e no seio de minha mãe vós me tecestes”. Ele vem cheio do Espírito Santo, com o espírito e o poder de Elias (Lc 1,15.17). Habitava no deserto. Como Jesus, ele se forma no deserto, retomando a caminhada do povo de Deus que se educou no deserto. É preciso ir ao deserto para se formar no Espírito, pois, livre de todos os empecilhos pode vencer o mal e escolher os caminhos de Deus. João está às portas do Novo Testamento. O prefácio da missa reza: “Foi o único dos profetas que mostrou o Cordeiro Redentor. Batizou o autor do Batismo e, derramando seu sangue, deu testemunho de Cristo”.
Farei de ti luz para as nações
            João Batista, em seu nascimento, é a expressão de que a misericórdia de Deus se revela para todos os povos da terra (Is 49,1-6). João evangelista escreve: “Houve um homem enviado por Deus. Seu nome era João. Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos crescem por meio dele” (Jo 1,6-7). O testemunho de João vem desde seu nascimento, reconhecendo o Cristo: À saudação de Maria que traz o Cristo, João salta de alegria no seio de Isabel (Lc 1,44). Ele reconhece o Messias, apresenta-o e sai de cena. Jesus admirava João pela luz que foi para o povo.

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