Evangelho segundo S. Marcos 8,14-21.
Naquele
tempo, os discípulos esqueceram-se de arranjar comida e só tinham consigo um pão
no barco. Então Jesus recomendou-lhes: «Tende cuidado com o fermento dos
fariseus e o fermento de Herodes». Eles discutiam entre si, dizendo: «Fala
assim porque não temos pão». Mas Jesus ouviu-os e disse-lhes: «Porque estais
a discutir que não tendes pão? Ainda não entendeis nem compreendeis? Tendes o
coração endurecido? Tendes olhos e não vedes, ouvidos e não ouvis? Não
vos lembrais quantos cestos de bocados recolhestes, quando Eu parti os cinco
pães para as cinco mil pessoas?». Eles responderam: «Doze». «E quantos
cestos de bocados recolhestes, quando reparti sete pães para as quatro mil
pessoas?». Eles responderam: «Sete». Disse-lhes então Jesus: «Não entendeis
ainda?».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Hilário (c. 315-367), bispo de Poitiers, doutor da Igreja
A
Trindade, I, 37-38
«Ainda não compreendeis? Tendes o vosso coração
endurecido?»
Deus Pai todo-poderoso, é a Ti que quero
consagrar a ocupação principal da minha vida. Que tudo em mim, as minhas
palavras e os meus pensamentos, falem de Ti. […] Conscientes da nossa pobreza,
pedimos-Te o que nos falta; utilizaremos um zelo infatigável para escrutinar as
palavras dos teus profetas e dos teus apóstolos, bateremos a todas as portas que
a nossa inteligência encontrar fechadas.
Mas é a Ti que cabe
responder ao pedido, conceder-nos o que procuramos, abrir a porta fechada (Lc
11,9). Porque vivemos numa espécie de torpor devido ao entorpecimento da nossa
natureza; a fraqueza do nosso espírito impede-nos de compreender os teus
mistérios devido a uma ignorância inelutável.
Felizmente, o
estudo da tua doutrina reforça a nossa percepção da verdade divina, e a
obediência da fé eleva-nos acima dos pensamentos dos homens comuns. Esperamos,
pois, que estimules os inícios deste empreendimento difícil, que tornes firmes
os progressos da nossa diligência e que nos chames a participar no Espírito que
guiou os teus profetas e os teus apóstolos. Gostaríamos de compreender as suas
palavras no sentido em que eles as pronunciaram e de empregar termos exactos
para transmitir fielmente tudo o que eles exprimiram. […] Concede-nos o sentido
exacto das palavras, a luz da inteligência, a beleza da expressão; estabelece a
nossa fé na verdade. Faz-nos dizer aquilo em que acreditamos.
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