sábado, 17 de janeiro de 2015

REFLETINDO A PALAVRA - “O sonho de Deus”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Profecias de felicidade
            O profeta Isaias sabia compreender o coração de Deus. Aprendera de Deus a não ser mesquinho e escancarara as portas do que parecia reservado ao “povo eleito’ a todos os povos e compreendera sua missão universal. Expressa essa abertura com a figura de um banquete que é símbolo da abundância e da comunhão de vida com Deus. Deus é generoso para com todos os povos. O Monte Sião, onde se localiza o templo, será o local escolhido para essa festa. O santuário, expressão máxima da presença de Deus no meio de Seu povo, é agora aberto a todos. O grande sonho de Deus é “eliminar a morte e enxugar todas as lágrimas”. O próprio povo se libertará da desonra que padece. Deus é aberto a todos. Por Isaias podemos compreender como Deus sonha a felicidade para todos. Deus fez as pessoas para o paraíso, por isso não quer nem a dor, nem o pranto, nem as lágrimas. E mais: Quer dar a felicidade a todos. O banquete conduz à comunhão que é vida, por isso a morte perde seu domínio. A mão benfeitora de Deus continua sempre criadora e salvadora. O salmo 22 é a expressão orante dessa promessa: “O Senhor é o pastor que me conduz nada me falta. Ele me leva a prados verdejantes e para águas repousantes, e prepara uma mesa para mim”.
O Reino de Deus é um convite
Jesus, partindo dessa profecia, compara o Reino de Deus a um convite para um banquete de casamento. Os grandes foram convidados, como de costume. Na hora da festa, não compareceram, maltrataram os enviados e foram para suas preocupações. Então o dono da festa manda chamar todos que encontrassem pelas ruas. A casa não é mais para os selecionados, mas é para todos os que respondem ao chamado. Deus, que é o Rei, convida a todos, envia os servos a chamar. É o chamado universal à salvação. Essas núpcias, união de Cristo com todos os povos, são o momento mais importante do Reino. O povo da antiga Aliança foi convidado e recusou participar da festa que é a presença de Jesus em seu meio, como o Reino Novo. Essa recusa, não é um simples ‘não me interessa’. É uma responsabilidade para com uma proposta muito clara de Deus. Os que tinham direito a serem convidados recusaram. Tomam seu lugar os que serão os novos convivas de Deus, os que estão por vielas e cantos. Todos podem participar do convívio nupcial com Cristo.
Vestir a camisa do time
Mas, quem acolhe o convite de Jesus, precisa estar de acordo com o Reino. O Rei vai contemplar a sala do banquete e vê um sujeito que não está com a veste própria da festa. Era costume no tempo antigo que, quando alguém convidava pra uma festa, presenteava os convidados com ricas vestes. Recusar era ofensivo. Lemos: “O Senhor me revestiu com vestes de salvação e me adornou com o manto da justiça” (Is 61,10) . Aceitar exige que se esteja de acordo com o pensamento de Cristo. Não pode jogar sem a camisa do time. O Evangelho conclui com as palavras: “Muitos são chamados e poucos os escolhidos!” (Mt 22,14). São Palavras duras, mas conseqüentes. Paulo diz em sua carta aos Filipenses que ele, por esse Reino, vive bem em qualquer situação, sustentado pela força de Deus. O Reino nos faz sempre felizes. O sonho de Deus é que cada um que acolha esse convite viva o paraíso e se comprometa a não só usar, mas molhar a camisa por Aquele que o escolheu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário